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MPF denuncia Ricardo Salles por envolvimento em esquema de exportação ilegal de madeira

Além do ex-ministro do Meio Ambiente, foram denunciados o ex-presidente do Ibama Eduardo Bim e outras 20 pessoas

Data: Terça-feira, 29/08/2023 08:41
Fonte: Carlos Eduardo Bafutto, do R7, e César Raizer, da Record TV

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o ex-ministro do Meio Ambiente e deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) por suposto envolvimento em esquema de exportação de madeira ilegal. Além de Salles, foram denunciados pelo MPF o ex-presidente do Ibama Eduardo Bim e outras 20 pessoas, entre servidores públicos e empresários do setor madeireiro. A denúnica foi recebida nesta segunda-feira (28) pela 4ª Vara Federal do Pará.

R7 tentou contato com Salles, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações. O ex-ministro, no entanto, afirmou em uma rede social que a denúncia é uma "falácia" e que contraria "conclusões do próprio delegado do caso". 

Madeira sem documentação retida nos Estados Unidos

Em março de 2020, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil encaminhou à Polícia Federal documentos produzidos pela autoridade de Pesca e Vida Selvagem dos EUA com informações sobre a apreensão no Porto de Savannah, no estado da Geórgia, de três cargas de produtos florestais sem documentação.

De acordo com o MPF, servidores do Ibama emitiram certidões e ofício sem valor jurídico para promover o desembaraço da madeira apreendida nos Estados Unidos, mas, "em razão da evidente ilegalidade, a documentação emitida não foi aceita pelas autoridades norte-americanas".

A denúncia diz ainda que "servidores que atuaram em prol das exportadoras foram beneficiados pelo ministro [Ricardo Salles] com nomeações para cargos mais altos, ao passo que servidores que se mantiveram firmes em suas posições técnicas foram exonerados por ele".

Ainda segundo o MPF, "a autoridade policial afirmou na sua representação que a mais alta
cúpula do Ministério do Meio Ambiente e a alta direção do Ibama manipularam pareceres
normativos e editaram documentos para, em prejuízo do interesse público primário, beneficiar um conjunto de empresas madeireiras e empresas de exportação que tiveram cargas de madeira apreendidas nos Estados Unidos".