O líder indígena José Acácio Serere Xavante disse não acreditar nas urnas eletrônicas em depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), na manhã desta quinta-feira (31). Preso desde dezembro por suspeita de condutas ilícitas em atos de vandalismo em Brasília, Serere afirmou que até "o Ministério das Forças Armadas publicou que uma urna eletrônica é fácil de ser hackeada."
O presidente da CPI, deputado Chico Vigilante (PT), questionou se Serere acreditava na justiça eleitoral e no ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. "Na justiça eu acredito", disse o depoente, que acrescentou: "eu tenho direito de não acreditar em qualquer pessoa e duvidar de qualquer pessoa da minha convicção e do meu conceito."
Serere Xavante foi autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes a ficar em silêncio durante o depoimento na CLDF, se preferir.
O líder indígena ficou conhecido após os atos de 12 de dezembro de 2022. Sua prisão foi o que motivou a tentativa de invasão à sede da Polícia Federal pelos integrantes do acampamento em frente ao Quartel-General do Exercíto, em Brasília. A investida terminou em confronto, com diversos ônibus e carros queimados, mas ninguém foi preso.
O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, prestou depoimento à CPI da CLDF na última quinta (24). Ele escolheu não responder às perguntas dos deputados e afirmou que faria o "uso constitucional do silêncio". Cid apenas respondeu à pergunta sobre a sua idade aos parlamentares: 44 anos.