A médica Yana Fois Coelho Alvarenga, que está presa desde dezembro do ano passado, acusada de ajudar a planejar o assassinato do prefeito de Colniza, a 1.065 km de Cuiabá, Esvandir Antonio Mendes, tem postado várias mensagens na página dela no Instagram. Ela está presa na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, em Cuiabá.
A Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) informou que as revistas são realizadas diariamente nas unidades penais de Mato Grosso, entre elas, a Ana Maria do Couto May. De acordo com a Sejudh, nenhuma presa tem acesso a computadores ou qualquer tipo de aparelho que possa realizar postagens nas redes sociais.
As postagens chamaram a atenção do Ministério Público Estadual (MPE), que pediu à Justiça a manutenção da prisão preventiva da médica e à direção da unidade prisional, uma revista na cela onde a médica está.
O advogado dela, Aramadson Barbosa da Silva, disse que a defesa ainda não foi notificada sobre a petição do MPE e que desconhece o uso de celular por ela na prisão. Alegou ainda que Yana nunca tentou fugir e nem se negou a prestar informações e que, por causa disso, não vê motivos para mantê-la presa.
Conforme o promotor Willian Oguido Ogama, de Colniza, o MPE recebeu prints das postagens que ela fez na rede social no último final de semana, apesar de estar presa preventivamente.
A conta dela é privada. Os prints foram reproduzidos no pedido do MP.
Em um dos comentários postados em uma foto, ela diz: "Meus amores! Amoooooooo! Titia já chega para morder".
Ele argumenta no ofício encaminhado à Justiça que Yana foi denunciada por diversos crimes, entre eles homicídio qualificado contra o prefeito, podendo ser condenado a mais de quatro anos de prisão.
Para o promotor, a prisão preventiva dela deve ser mantida, já que mesmo presa continua tendo acesso às redes sociais e tendo contato com o "mundo exterior". "Solta, a interferência será ainda mais acentuada, havendo riscos concretos dessa incidir em testemunhas arroladas no processo, bem como na ocultação de objetos e outras provas", argumentou.