Áreas sob alerta de desmatamento na Amazônia Legal caíram 66% em agosto de 2023 em comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados do sistema Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Com 563km², esse é o terceiro menor registro de alerta de desmatamento para a região no mês de agostos desde 2015, quando se iniciou a série histórica. Os dados aferidos em 2023 são maiores apenas que as marcas alcançadas neste mês nos anos de 2018, com 526 km² e em 2017, com 278 km².
De janeiro a agosto deste ano, a redução foi de 48% em relação ao mesmo período de 2022.
Os dados divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente, na terça-feira (5), no Dia da Amazônia, funcionam como orientação para a fiscalização ambiental. O Deter não mede com precisão as áreas desmatadas, mas aponta tendências para identificar o desflorestamento enquanto ele ocorre.
A taxa anual de desmatamento é medida sempre de agosto a julho por outro sistema do Inpe, o Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite), e deverá ser divulgada em novembro.
A Amazônia Legal ocupa atualmente 5.015.068,18 km², o equivalente a cerca de 58,9% do território brasileiro (8.510.295,914 km²), de acordo com o mapa do bioma divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Atualmente, 772 municípios de nove estados compõem a Amazônia Legal: Acre (22), Amapá (16), Amazonas (62), Mato Grosso (141), Pará (144), Rondônia (52), Roraima (15), Tocantins (139) e parte do Maranhão (181), que é o estado com o maior número de municípios na área e tem 79,3% do seu território (ou 261.350,785 km²) integrado à Amazônia Legal.
Dez municípios concentraram 32% do total de áreas sob alertas de desmatamento na Amazônia de janeiro a agosto deste ano. O líder foi Apuí (AM), com 196,33 km², seguido de Altamira (PA), com 176,26 km², e Feliz Natal (MT), com 176,23 km². Quatro das dez cidades estão no Amazonas, três no Pará, duas em Mato Grosso e uma em Rondônia.
No Dia da Amazônia, em cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), acompanhado da ministra de Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva (Rede Sustentabilidade), assinou decreto que prevê investimentos de até R$ 600 milhões do Fundo Amazônia para apoiar técnica e financeiramente municípios prioritários no controle do desmatamento e de incêndios florestais.
Entre as medidas aplicadas desde janeiro na Amazônia, o Ibama aumentou em 160% os autos de infração por crimes contra a flora em relação à média para o mesmo período nos últimos quatro anos. Os embargos (proibição do uso de áreas desmatadas ilegalmente) cresceram 119%, as apreensões, 86%, e a destruição de equipamentos usados em crimes ambientais, 185%.