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Coordenador do GMF sugeriu manutenção e ampliação de trabalhos na Cadeia Pública de Juara

"As pessoas dentro da cadeia, sem ter nada o que fazer, só ficam pensando coisas erradas." (Assista a entrevista completa no final da matéria).

Data: Quinta-feira, 21/09/2023 13:07
Fonte: Redação Eberth Rodrigues.

Geraldo Fernandes Fidelis Neto, coordenador do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo de Mato Grosso (GMF/MT), que também é juiz de execução penal de Cuiabá e Várzea Grande visitou a unidade prisional de Juara na última terça-feira, 12, com o objetivo de realizar inspeções de rotinas, que fazem parte das metas do GMF em percorrer todo o Estado de Mato Grosso. Em uma retrospectiva, Fidelis também passou pelas unidades de Juína e Colniza.

Em coletiva de imprensa, o coordenador e magistrado disse que antes de vir para Juara, estava muito pessimista em relação ao que iria encontrar na Cadeia Pública local porque as indicações não eram favoráveis, porém quando chegou ficou surpreso. “Vim pra cá e verifiquei que a estrutura é totalmente outra. É possível sim organizar um bom trabalho. Esse sistema penitenciário fez o máximo possível nessa unidade.”

Ele reconhece que a unidade local já está em seu limite máximo de lotação, mas é possível fazer primeiramente uma separação de quem for fora de Juara, ir para suas cidades, e quem for de Juara, ficar na unidade daqui. Essa seria uma forma de diminuir a quantidade de pessoas encarceradas. O coordenador ressaltou que é necessário um olhar para os apenados nesse momento em que eles estão cumprindo suas respectivas penas e criar políticas públicas voltadas para reinseri-los no mercado de trabalho e no ensino educacional para que dessa forma eles possam sair pessoas melhores e não piores.

Além disso, existe o espaço ao lado da Cadeia Pública que enquanto transcorre o debate entre as forças políticas para se criar outro Centro de Detenção Provisória (CDP), pode-se começar a trabalhar com a realidade apresentada e “não se perder tempo”. Fidelis sugeriu o impulsionamento de valores voltados ao reeducandos e a manutenção e criação de novas oficinas e fábricas para eles trabalharem. “As pessoas dentro da cadeia, sem ter nada o que fazer, só ficam pensando coisas erradas, arquitetando coisas erradas, contra a sociedade inclusive. Nós temos que quebrar essa situação. Como? Colocando as coisas positivas: o estudo, o ensino técnico voltado para a profissão e também o trabalho”.

Quando for o momento de se criar um novo CDP, Geraldo Fidelis sugeriu que se busque preparar o espaço construindo parcerias com a sociedade incluindo a Câmara Municipal, OAB, clubes de serviços, Lojas Maçônicas, a Prefeitura Municipal e outros que almejam a recuperação de fato da pessoa que hoje está encarcerada e quando ganhar a liberdade, não voltar nunca mais para o crime. Fidelis questionou sobre a situação que vai ficar a vida dessas pessoas após elas cumprirem a pena. Ele lembrou que os egressos do sistema penitenciário retornarão para a sociedade, onde devem ser abraçados para que não retornem para o mundo do crime, mas que possam trabalhar em diversos setores como, por exemplo, a pintura, mecânica, elétrica, construção, etc.

JUÍNA

Inicialmente houve uma conversa com o prefeito Paulo Veronese. O coordenador do GMF avaliou que o diálogo foi muito produtivo e o gestor juinense assinou a intenção de fazer o termo de instalação do Escritório Social naquele município.

Em seguida aconteceu uma conversa com a sociedade local com estudantes, professores, empresários, e outros, onde foi explicado do que se trata o Sistema Penitenciário e qual a situação das pessoas que um dia erraram e irão sair da cadeia um dia.

COLNIZA

Nesse município, Geraldo Fidelis esteve presente pela primeira vez e observou que cerca de 70 pessoas estão ávidas a trabalharem. “É possível já fazer mover essa roda, girar essa roda de esperança lá Colniza também.”

Também aconteceu uma conversa com o vice-prefeito, Marco Antônio Faita, onde também foi sugerida a instalação de um Escritório Social.