O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (28) que o governo federal espera que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresça acima de 3% em 2023. Mais cedo, o Banco Central elevou de 2% para 2,9% a aposta de aumento do PIB. "Nossa estimativa hoje já está um pouquinho acima de 3%. Cada um tem uma metodologia, mas [as projeções] estão convergindo para a mesma coisa", declarou Haddad.
O ministro acredita que os projetos econômicos do governo em tramitação no Congresso Nacional podem animar a economia quando aprovados. "Se considerarmos as divergências do começo do ano, quando um dizia que teria recessão, outro que cresceria 1%, nós dizíamos que seriam 2%, e todos erraram, porque vamos crescer 3%. Acredito que, sobretudo se votarmos esses projetos, podemos ter um 4º trimestre bom e isso pode ajudar a fechar as contas ainda melhor", completou.
O Senado deve votar em plenário o projeto de lei do Desenrola, programa de renegociação de dívidas, na próxima segunda-feira (2). A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa aprovou a proposta nesta quinta (28).
A equipe econômica também aposta na aprovação da reforma tributária no Senado para a superação das metas de crescimento. Outros temas que podem contribuir para o cenário, na visão do governo, são os textos sobre a tributação de fundos exclusivos e de rendimentos no exterior.
Na opinião de Haddad, as votações podem ocorrer de maneira conjunta porque os temas são relacionados. "São fundos não tributados, o que não condiz com a experiência internacional. Até economistas mais conservadores estão apoiando as medidas, porque combinam com o que está acontecendo entre nossos pares e no mundo desenvolvido, de maneira geral", avaliou.
O ministro aposta na aprovação da reforma tributária em outubro. "Continuo confiante de que podemos, até o fim de outubro, ter uma votação expressiva no Senado. Se houver alterações [o texto] volta para a Câmara para o arremate final, mas temos condições de votar e promulgar neste ano", afirmou.
Segundo Haddad, o governo já entrou em campo para negociar a aprovação da reforma. "Ontem acertei com o senador Eduardo Braga [relator da reforma tributária no Senado] uma agenda de negociações com as bancadas para formarmos maioria. Ele está muito antenado e apoia muito a reforma tributária, o presidente Rodrigo Pacheco também. Há apoio grande de parte das lideranças, mas temos que formar maioria, como foi na Câmara", finalizou.