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'Faço o melhor que posso com os recursos que tenho.' Irritado, Abel não comemora o empate do Palmeiras com o Boca. Desabafa

Nem parecia que o Palmeiras havia empatado em 0 a 0 com o Boca Juniors, pela semifinal da Libertadores, em plena Bombonera. Abel estava irritado com a falta de opções de ataque. Jogadores que Leila não quis comprar

Data: Sexta-feira, 29/09/2023 11:01
Fonte: Do R7

Palmeiras empatou com o Boca Juniors, em plena Bombonera lotada.

Na primeira semifinal da Libertadores de 2023.

O 0 a 0 sacramentou novo recorde para o time de Abel Ferreira: pela primeira vez na história da competição sul-americana, uma equipe não toma gol em cinco partidas seguidas fora de casa.

Foi a primeira vez que o treinador português esteve no mítico estádio do Boca. Onde ele confessou que "pagaria para estar no lugar dos jogadores".

O treinador sabia ter conquistado um feito, já que seu time conseguiu suportar a pressão do mais popular time argentino. Já são 592 minutos sem tomar um gol na Libertadores.

Mas se irritou porque a imprensa brasileira não destacou esses números. E nem o empate, que dá a possibilidade de uma simples vitória por 1 a 0 levar o time para a final da Libertadores.

Ele foi muito cobrado pela ineficiência do ataque na Bombonera.

Afinal, foram 18 arremates do Boca e apenas nove do Palmeiras.

Abel perdeu a paciência porque ficou claro que a cirurgia de Dudu escancarou a falta de opções que ele tem no elenco. O Palmeiras tem avião, mas não atacantes importantes, maduros no banco de reservas. Arthur e Rony abertos não funcionaram.

Irônico, Abel rebateu várias perguntas, principalmente se ele terá como deixar o seu ataque mais forte, surpreender o Boca, na partida decisiva, da próxima quinta-feira, no estádio palmeirense.

"Quais opções? Você pode me ajudar? Vamos lá, me ajude!

"Também tenho muitas dúvidas, mas a minha função é escolher, acreditar no elenco que tenho.

"Desde que cheguei ao Palmeiras o que faço é dar o meu melhor, buscar soluções, potencializar os moleques, e é isso que vocês precisam valorizar.

"Vejam a média de idade das equipes que jogaram as semifinais. Volto a dizer que tudo o que faço é olhar para o elenco e escolher os melhores para jogar.

"O Rony não é ponta, o Breno pode jogar ali também. Acredito nos meus jogadores, gostaria de ter mais opções, mas os moleques nos ajudam muito.

"É usar a vantagem de jogar em casa, perante o nosso público, para chegar à final.

"Precisava de mais opções, infelizmente não temos. O Dudu se lesionou, era um ponta que poderia nos dar largura, mas infelizmente não o temos aqui. Uma coisa vocês [jornalistas] podem ter certeza: jogaram os melhores que tínhamos."

Está evidente para o treinador que ele está tirando o máximo do elenco. O grande problema é não ter jogadores prontos, do mesmo nível dos titulares. Não tem substituto, por exemplo, para Dudu. Nem para Gustavo Scarpa ou Danilo.

Por isso, perguntas normais o tiraram do sério. Como, por exemplo, se Kevin tem condições de entrar no lugar de Dudu, pelo lado esquerdo do ataque, que foi o ponto fraquíssimo do time na Bombonera.

"O Kevin é uma opção para a posição. Se não tivermos outro, joga o Kevin [20 anos]. Parece fácil estar sentado aqui, pegar um moleque que há alguns meses não estava na equipe A e colocá-lo para jogar. É fácil, não é? De uma coisa vocês podem ter certeza: faço o melhor que posso com os recursos que tenho."

Esta frase "faço o melhor que posso com os recursos que tenho" foi repetida como um mantra durante a coletiva.

O recado é direto para a presidente Leila Pereira, que não quis gastar na contratação de jogadores pedidos pelo treinador no início do ano. E, depois, na janela do meio do ano.

Abel destacou de novo ter um banco de reservas formado, do meio para a frente, basicamente com atletas muito jovens.

"É isso. [...] São os jogadores que nós temos, têm muito potencial, são jovens. O Endrick tem 17 anos, o Fabinho tem jogado pouco, entrou hoje e foi muito bem. É bom isso, fico feliz pela pergunta, é na base que apostamos e olhamos.

"O Weverton só jogou aqui [na Bombonera] com quase 30 anos, e esses meninos jogaram aqui com 17 anos."

Sem ter como surpreender com o elenco que possui, Abel aposta que o caminho para o Palmeiras chegar à final é usar a força da atmosfera do seu estádio. Pressionar o Boca para conseguir a desejada vitória. E fazer pela primeira vez seu clube eliminar o time argentino em um mata-mata na Libertadores.

"Viemos jogar em um estádio mítico com uma energia espetacular. Eu queria muito vir aqui, desfrutar do espetáculo e sentir o ambiente. Jogo difícil, jogo de semifinal da Libertadores, o Boca foi ligeiramente superior em sua casa.

"O Weverton fez uma grande defesa, nas transições que fizemos fomos mais agressivos, poderíamos ter feito os gols, mas agora é acreditar. Vamos jogar em casa, os meus jogadores precisam ter calma, saber que a equipe tem a melhor campanha e nasceu para fazer história.

"Agora é na nossa casa..."