Após dois meses sem avanços, a produção industrial no Brasil cresceu 0,4% em agosto, segundo dados revelados nesta terça-feira (3) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A alta na comparação com o mês de julho reverte a sequência de dois meses consecutivos sem ganhos do setor, responsável por mais de 20% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional. O ramo vinha de uma queda de 0,6% em julho e de uma variação nula em junho (0%).
Com as oscilações, a PIM (Pesquisa Industrial Mensal) mostra que a indústria ainda opera em nível 1,8% abaixo do patamar apurado em fevereiro de 2020, o último mês sem os impactos da pandemia de Covid-19 na economia nacional, e 18,3% abaixo do ponto mais alto da série histórica, registrado em maio de 2011.
Na comparação com agosto do ano passado, a produção avançou 0,5%, após ter registrado queda de 1,1% em julho, quando interrompeu dois meses consecutivos de taxas positivas. Já no acumulado dos últimos 12 meses, o setor apresenta queda de 0,1%, após ter registrado variação nula nos meses de julho, junho e maio.
Para André Macedo, analista responsável pela pesquisa, a indústria permanece em um quadro de “perde e ganha”, girando em torno do mesmo patamar. “No acumulado dos últimos 12 meses, foram três meses de variação nula. E, mesmo com o recuo atual, de 0,1%, [o setor] ainda está próximo de zero”, analisa.
Para Macedo, o cenário atual da indústria pode ser explicado pelo ainda elevado nível da taxa básica de juros, atualmente em 12,75% ao ano. “Ainda temos um patamar elevado dos juros, o que afeta as decisões de consumo e também de investimentos”, explica ele.