A massa de rendimento salarial paga aos trabalhadores brasileiros cresceu de novo e fechou o terceiro trimestre deste ano em R$ 293 bilhões. O valor, 2,7% maior do que o estimado nos três meses anteriores, renova o maior patamar da série história, iniciada em 2012.
O resultado recorde, apurado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), acompanha a evolução do rendimento médio dos trabalhadores, que finalizou o período em R$ 2.982, alta de 1,7% em relação ao trimestre encerrado em junho. A remuneração é a maior desde março de 2021 (R$ 2.992).
Adriana Beringuy, coordenadora da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), explica que os dados refletem a expansão da população ocupada, que também figura no maior nível da série histórica, com 99,8 milhões de profissionais.
"Essa alta [da massa de rendimento] pode ter influência da maior participação de trabalhadores formais no mercado de trabalho, que têm, em média, rendimentos maiores", analisa a pesquisadora. Na comparação com o terceiro trimestre de 2022, a massa salarial evoluiu 5%, o equivalente a um acréscimo de R$ 14 bilhões.
A evolução salarial dos trabalhadores no terceiro trimestre foi puxada pelo aumento das remunerações médias pagas pela indústria (5,3%, ou mais R$ 149) e administração pública (1,7%, ou mais R$ 71). As demais atividades não apresentaram variações significativas.
Na análise por categoria de ocupação, os destaques ficam por conta dos profissionais com carteira de trabalho assinada (1,9%, ou mais R$ 51), funcionários do setor público, inclusive servidor estatutário e militar (2,1%, ou mais R$ 93), e trabalhadores por conta própria (2,3%, ou mais R$ 54).
Nas comparações com o mesmo período do ano passado, todas as posições apresentaram aumento salarial. Entre os setores, o avanço mais relevante no salário médio, de 12,3% (R$ 219), foi embolsado pelos profissionais que atuam no ramo de alojamento e alimentação.