Um dos líderes do Comando Vermelho em Juara (709 km a médio-norte de Cuiabá) se tornou réu em mais um processo, dessa vez por causa de um 'salve' dado em um adolescente de 16 anos na cidade. Ele ordenou a sessão de tortura de dentro da cadeia porque o rapaz devia R$ 900 da compra de drogas. O crime aconteceu em junho deste ano.

A vítima contou em seu depoimento que foi levado para uma área de mata onde foi agredida e teve os pés e mãos amarradas. O 'salve' foi transmitido ao vivo para F.P.T., um dos líderes do CV em Juara que está preso em Várzea Grande.

Pelo crime agora são réus F. e mais cinco integrantes da facção que realizaram as agressões. Com exceção do líder, os demais foram presos no mesmo dia do crime, após os policiais localizarem a vítima antes que ela fosse morta.

"Com essas considerações, em análise à peça acusatória, nota-se que a inicial atende ao disposto no artigo 41 do Código de Processo Penal e que não há incidência de nenhuma das hipóteses previstas no artigo 395 do CPP, pelo que, recebo a denúncia oferecida em face da parte denunciada, por satisfazer os requisitos legais, vez que amparada em indícios de autoria e materialidade", diz trecho da decisão do juiz Jean Bezerra, da 7ª Vara Criminal.

Prisão por crime bárbaro

F.P.T. foi condenado no final de novembro deste ano a 15 anos de prisão por ter participado da morte de Andréia Lima Mariano, em Juara. A mulher de 25 anos foi assassinada em maio de 2022, dentro de sua casa e na frente das duas filhas.

Testemunhas contaram à Polícia que dois homens chegaram de moto no local e chamaram pelo nome da vítima. Quando a mulher apareceu na porta, suspeitou do comportamento dos suspeitos e correu para dentro de casa, mas acabou morta. F. e o outro homem foram presos no dia seguinte ao homicídio.