Polícia Civil apreendeu um processo licitatório com indícios de fraudes na Prefeitura de Colniza, a 1.065 km de Cuiabá, durante diligências da segunda fase de investigação do assassinato do ex-prefeito Esvandir Antônio Mendes (PSB), ocorrido em 15 de dezembro de 2017. Essa fase apura se o homicídio teve motivação política e financeira.
Segundo o delegado Edson Pick, o documento foi remontado e, de um total de 110 páginas, 103 apresentam adulterações. "Eles passaram corretivo líquido e escreveram por cima", afirmou;
O certame, que prevê a contratação de serviços de maquinários pela prefeitura, teve como vencedora uma empresa que pertence à esposa do vereador Clínio Tomazi (PSB), que foi afastado do cargo em janeiro deste ano, por determinação da Justiça, suspeito de irregularidades em contratos públicos e por supostas ameaças dele ao prefeito assassinado, "aconselhando-o" a renunciar ao cargo.
Durante as buscas, o delegado também requisitou cópias de outros processos e apreendeu um documento que comprova pagamento mensal de R$ 400 mil a médicos dos município, materiais que devem ser analisados.
Além da investigação que apura a morte do ex-prefeito e a tentativa de homicídio do então secretário de Finanças daquele município, Admilson Ferreira dos Santos, de 41 anos, - baleado durante o atentado ao prefeito -, os documentos também deverão ser usados no inquérito que apura o assassinato do vereador Elpídio da Silva Meira (PR), de 53 anos, em 16 de março de 2017. O ex-vereador foi atingido quando chegava na residência, onde vivia com a esposa.
Ameaças ao prefeito
De acordo com o Ministério Público Estadual, três meses antes da sua morte, o ex-prefeito Esvandir Antônio Mendes procurou a Promotoria de Justiça de Colniza e declarou ter sofrido ameaças, afirmando que o sargento Rodolfo teria interesse em sua cassação.
Apenas no primeiro ano de seu mandato, o ex-prefeito de Colniza respondeu a três processos de cassação pela Câmara de Vereadores.
Indiciamentos
Pelo assassinato do ex-prefeito, foram detidos Zenilton Xavier de Almeida, Welisson Brito Silva, Antônio Pereira Rodrigues Neto e a esposa dele, Yana Fois Coelho Alvarenga, bem como o irmão de Antônio, um adolescente de 15 anos.
Eles foram indiciados por homicídio qualificado, por motivo fútil, pela paga ou promessa de recompensa e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Eles também respondem por tentativa de homicídio qualificado contra o ex-secretário Admilson Ferreira dos Santos. O processo tramita na Justiça.