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Cinquenta presas provisórias de penitenciária de Cuiabá têm casos avaliados para esperar julgamento em casa

Decisão do STF permite que presas grávidas ou com filhos de até 12 anos fiquem em regime domiciliar. Mutirão é realizado pela Defensoria Pública para ingresso de ação coletiva.

Data: Sexta-feira, 02/03/2018 21:45
Fonte: G1 MT
Cinquenta presas em regime provisório na Penitenciária Ana Maria do Couto May, em Cuiabá, estão passando por análise da Defensoria Pública de Mato Grosso, a fim de avaliar quantas têm direito à prisão domiciliar garantida pela medida aprovada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no último dia 20.
 
A medida prevê que detentas em regime provisório que estão grávidas e têm filhos de 12 anos ou deficientes - e que não cometeram crimes contra os filhos delas - podem aguardar julgamento em casa.
 
Um mutirão foi realizado na quinta-feira (1º) na unidade prisional para coletar informações pessoais, acusações criminais e a situação social e familiar das presas. A defensoria deve observar quais mães possuem a guarda dos filhos, quem cuida das crianças e, posteriormente, analisar cada caso individualmente para, até a próxima semana, ingressar com ações na Justiça.
 
 
A detenta Maria José Duarte Campos, de 31 anos, é uma das presas que terão a situação analisada pela Defensoria. Natural de Cáceres, a 220 km de Cuiabá, ela está detida em Cuiabá há cinco meses por tráfico, após tentar levar drogas para o marido, que está preso na Penitenciária Central do Estado (PCE) há cinco anos por tráfico, homicídio e roubo.
Mãe de cinco filhos - sendo o menor com 7 anos e o maior, com 15 anos - ela disse estar arrependida do que fez. Os filhos, hoje, vivem com a sogra e com a mãe dela. "Quero pedir perdão aos meus filhos e cuidar deles”, disse.
Segundo a Defensoria, as presas que ganharem autorização para aguardar julgamento em casa não poderão deixar a resid}encia, sob pena de serem presas novamente.
 
De acordo com a diretora do presídio, Elizabeth Ourives de Campos, há 187 presas recolhidas em 10 celas da unidade, sendo 40% respondem por tráfico de drogas e as demais, por crimes de homicídio, roubo e outros.
Dado estadual

Das 575 mulheres presas em Mato Grosso, 200 estão grávidas ou possuem filhos menores de 12 anos. Pelo menos a metade delas está presa em regime provisório e poderão aguardar julgamento em casa. A estimativa é da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), mas o número completo ainda está sendo levantado.
Com a nova medida aprovada pelo STF, tribunais terão prazo de 60 dias, após a publicação da decisão, para a substituição das penas.