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Rapaz sequestrado em Nova Mutum seria mais um alvo da facção CV

Data: Sábado, 03/03/2018 08:44
Fonte: Gazeta Digital

Rapaz de 18 anos, morador de Nova Mutum (264 km ao Norte de Cuiabá), envolvido com o tráfico, foi levado de dentro de casa, dia 13 de janeiro deste ano, por 4 homens armados, sendo 3 encapuzados, que alegaram ser policiais civis. Depois de 48 dias, não há sinal de Evisson Gonçalves de Oliveira, nenhum registro de passagem em delegacia naquele dia, nem de entrada no Instituto Médico Legal (IML).

A Polícia Civil investiga o caso. A família está angustiada, sem notícias dele. A principal suspeita policial é a de que Evisson tenha se desentendido dentro da facção criminosa da qual fazia parte, que é o Comando Vermelho. A hipótese de que os sequestradores sejam policiais civis também está sendo apurada.

A família se diz em sofrimento e apela por notícias do rapaz. "Estou falando como pai, estamos sofrendo demais. Não sabemos onde ele está. Se por ventura você sabe do paradeiro do meu filho nos avise por favor, vivo ou morto", apela o pai do rapaz, José Damião de Oliveira, nas redes sociais.

Alegando que se Evisson voltar será aceito e acolhido, na tentativa de fazê-lo mudar de vida, o pai cita o apóstolo Lucas, que fala do filho pródigo. A passagem bíblica se refere ao filho que sai para vivências consideradas mundanas e depois volta, sendo recebido pela família, apesar dos erros cometidos.

Delegado Felipe Leoni, que investiga o caso, informa, através da assessoria de imprensa da Polícia Judiciária Civil, que o desaparecido tinha várias passagens policiais por tráfico e roubo e ao que tudo indica foi retaliado pela facção por algum motivo, que ainda está sendo investigado em inquérito do caso em curso.

A família pede celeridade nas investigações. Diz que já "rodou" as instituições da segurança pública e justiça, para se orientar sobre o que fazer.

"Até agora nada", lamenta a irmã do rapaz, Evelyn Oliveira, 21. Ela explica que o pai é separado da mãe e no dia que Evisson foi sequestrado era por volta de meia noite e estavam todos dormindo.

"Minha mãe, ele, eu, minha irmã, o marido dela, e o bebê, que agora está de 7 meses, a gente estava todos dormindo. Eles chegaram, de calça jeans e blusa preta, se dizendo policiais civis, invadiram a casa, entraram no quarto dele, acordaram ele e o levaram embora. Ficamos assustados", lembra Evelyn.

"Minha mãe está deprimida", informa Evelyn. Segundo conta, na família, somente Evisson é envolvido com a criminalidade. "Tentamos fazê-lo mudar de ideia, mas não conseguimos", lamenta.