Todo dia, quando me olho no espelho, vejo uma mulher diferente. É como se a superfície refletora se transformasse em um portal mágico para um mundo de múltiplas identidades. Isso pode até revelar um certo caos interno, ter que reconstruir a si próprio permanentemente, mas também não deixa de ser potencialmente criativo.
A metamorfose diária diante do espelho é como um ritual pessoal, uma dança entre o que fui ontem e o que serei hoje. É como se minha própria imagem se desse ao luxo de explorar um guarda-roupa infinito de personas, cada uma com suas peculiaridades, expressões e humores. A mulher que vejo de manhã não é a mesma que encara o mundo à noite.
Isso é normal, para quem identifica toda nossa complexidade. Coisa da natureza humana, afinal. Uns mais, outros menos, todos nós somos feitos desse caleidoscópio de emoções e experiências. Nossa mente é um mistério, uma caixa de Pandora que nunca deixa de surpreender.
Tudo é um fluxo contínuo de energias. Cada pensamento, cada sonho, cada encontro e desencontro, tudo isso molda o que vejo no espelho. Às vezes, sou a mulher confiante que enfrenta o mundo de cabeça erguida. Em outros momentos, sou a mulher vulnerável que se esconde atrás de um sorriso falso. E há dias em que sou a mulher resiliente que encara desafios de peito aberto.
É uma dança incessante, uma coreografia única que só eu posso compreender. Às vezes, me pergunto se essa mulher mutante é a verdadeira eu ou se ela é apenas uma construção temporária, moldada pelas circunstâncias e pelas máscaras que coloco para enfrentar o dia.
No entanto, uma coisa é certa: essa experiência de me ver transformada diariamente no espelho me lembra da riqueza da nossa existência. Somos feitos de camadas e profundidades que desafiam a compreensão. Somos um oceano de emoções e pensamentos em constante movimento.
Então, enquanto continuo minha jornada de autodescoberta diante do espelho, aceito com gratidão a complexidade que me define. Pois, afinal, é essa multiplicidade de mulheres que habita em mim que torna a vida tão vibrante, tão cheia de surpresas e tão profundamente humana. Cada reflexo mutante é um lembrete de que somos feitos para sermos uma obra de arte em constante evolução.
Além disso, neste Dia da Mulher, é importante lembrar que a celebração não se limita a apenas um dia no calendário. A força, a resiliência e a beleza das mulheres são dignas de serem reconhecidas todos os dias do ano. Cada dia é uma oportunidade para celebrar as conquistas, desafiar os estereótipos e promover a igualdade de gênero.
Enquanto nos admiramos diante do espelho, é essencial também reconhecer a importância de todas as mulheres ao nosso redor. Desde as figuras inspiradoras que moldaram nosso caminho até aquelas que enfrentam desafios diários com coragem e determinação, cada uma contribui para o tecido diverso e rico da experiência feminina.
Que neste Dia da Mulher possamos não apenas celebrar as conquistas passadas, mas também renovar nosso compromisso com um futuro onde todas as mulheres possam prosperar, serem valorizadas e terem suas vozes ouvidas. Que possamos continuar a lutar por um mundo onde a igualdade de gênero não seja apenas uma aspiração, mas sim uma realidade tangível para todas as mulheres, em todos os lugares.
Feliz Dia da Mulher, hoje e sempre!
Simoni Bergamaschi
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