Silvana Marques Ribeiro, mãe de Hiago Ribeiro da Silva, de 30 anos, procurou a imprensa de Juara para dar a sua versão do sequestro de seu filho ocorrido por volta das 23h40min do último domingo, 24, em uma residência localizada na rua Rodrigo Bezerra de Araújo, Bairro Eldorado. De acordo com informações registradas no boletim de ocorrência, homens encapuzados e armados invadiram a casa da família, causando terror para todos.
Em entrevista para a rádio Amplitude e TV Amplitude Juara, Silvana disse que no domingo chegou em casa depois de participar de um culto na igreja e foi deitar em seu quarto, enquanto Hiago e seu filho de 7 anos ficaram na sala. "Quando eu estava em um sono leve, acordei com os gritos do meu neto, um grito desesperado, dizendo: 'Moço, solta o meu pai, o meu pai não fez nada.' Ao ouvir isso, abri a porta e vi um homem apontando uma arma para o meu neto de 7 anos."
Ao perceber que Silvana abriu a porta, o suspeito apontou a arma em sua direção e o neto correu desesperado para se sentar no sofá. Ela ainda dialogou com os criminosos e questionou quem eles eram, momento em que um deles disse: "Cala a boca, se você não calar a boca, vou dar um tiro na sua cara!".
Assustada, a mulher se afastou. De longe, ela ouvia os sons de agressão contra seu filho, como socos e pontapés. "Eu pedi para que pelo menos deixassem meu neto ficar comigo no quarto, pois ele é apenas uma criança e estava desesperado. Nesse momento, ele permitiu que meu neto viesse comigo, mas ficou no quarto comigo, apontando a arma para mim o tempo todo e ordenando que eu ficasse quieta."
Silvana observou algumas características no suspeito. Segundo ela, tratava-se de um homem forte, com boa musculatura, trajando roupas escuras e com uma camiseta cobrindo o rosto, expondo apenas os olhos, além de usar botas de bico arredondado de uma marca cara. Ela ouvia o suspeito dizendo: "Eu sei que foi você, se não foi, você sabe quem foi!", o que sugere que estavam em busca de alguma informação.
Todo o terror durou cerca de 15 minutos. Silvana destacou que, como os suspeitos não conseguiram obter a informação desejada, levaram Hiago para um destino incerto até o momento. A mãe de Silvana, uma senhora com mais de 70 anos, não estava presente no momento, e se estivesse, a dor da família poderia ser ainda maior, pois ela sofre de pressão alta.
Outro detalhe revelado é que as pessoas que invadiram a residência retiraram o portão do trilho e entraram diretamente pelo fundo da casa, onde existe uma abertura. Hiago Ribeiro da Silva estava usando uma tornozeleira eletrônica após cumprir uma pena de pouco mais de 4 anos.
O que chamou a atenção da mãe foi que ele estava usando calça jeans, o que para ela demonstra que quem sequestrou seu filho sabia que ele estava sendo monitorado. Os suspeitos cortaram a tornozeleira e a jogaram no quintal da residência e, em seguida, entrou em cena um segundo homem que empurrou Silvana, a colocou de joelhos, prendeu suas mãos atrás das costas e a algemou com braçadeiras "Enfocar Gato", trancando-a no quarto. "A partir desse momento, eu não ouvi mais nenhum tipo de barulho."
Possivelmente, os dois criminosos receberam apoio de um terceiro elemento que possivelmente fugiu em um carro. Outra constatação é que no dia anterior, sábado, 23 de março, próximo à meia-noite, a energia elétrica foi desligada, e a família observou que apenas a casa deles estava sem energia.
"Naquele momento, estávamos prestes a sair para ligar o padrão, mas observamos um veículo Fiat Mobi de cor prata, parado com a traseira preta, e um homem vestido de preto saiu de um terreno, fez uma volta e seguiu naquela direção. Então, meu filho já estava sendo vigiado."
Ele foi preso aos 26 anos pelo crime de roubo e permaneceu detido até recentemente. A todo momento, a criança de 7 anos, filho de Hiago, questiona onde seu pai está e quando irá voltar.
Para finalizar, Silva ressaltou: "Independente do crime ou do que aconteça, existe justiça, e não podemos perder a fé nela. Se alguém comete um ato infracional, essa pessoa deve pagar por isso. Ele pagou, está pagando, né? E precisamos confiar na justiça. Se não confiarmos na justiça, em quem vamos confiar?"