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O despertar da minha mãe e um legado para o futuro

Data: Terça-feira, 03/09/2024 13:19
Fonte: Simoni Bergamaschi

Minha mãe, com seus 80 anos, sempre foi o símbolo da mulher dedicada ao lar. Criada para ser uma "senhora de prendas domésticas", ela abraçou esse papel com afinco, cuidando da família e da casa com devoção. No entanto, ao longo dos anos, comecei a questionar se essa era a única possibilidade para uma mulher, e hoje, observando sua trajetória, vejo que ela também chegou a essa conclusão.

 

Apesar de ter vivido em uma época em que as opções para as mulheres eram limitadas, minha mãe nunca deixou de sonhar. Talvez, em algum momento, ela tenha vislumbrado outros caminhos, outras ambições. Mas as circunstâncias da época a impediram de perseguir esses sonhos.

 

Eu, desde cedo, sentia que havia algo mais além do que me era esperado. Não era rebeldia, mas uma inquietação que me movia em busca de um propósito maior. O mundo me atraía com suas infinitas possibilidades e desafios. Eu queria aprender, crescer, experimentar e deixar minha marca.

 

O dinheiro, embora importante, nunca foi meu objetivo principal. Eu buscava a realização pessoal, a sensação de contribuir para algo significativo. Queria uma vida com mais sentido, mais ação, que fosse além das expectativas impostas pela sociedade.

 

Inspirada pela força da minha mãe e impulsionada pelos meus próprios sonhos, decidi trilhar meu caminho. A jornada não seria fácil, mas eu estava determinada a encontrar meu lugar no mundo e viver uma vida plena e autêntica.

 

E o mais surpreendente é que minha mãe, mesmo com 80 anos, também decidiu romper com as limitações do passado. Ela se matriculou no Kumon de Português e está prestes a iniciar a universidade, provando que nunca é tarde para buscar novos conhecimentos e desafios. Sua determinação em "partir para cima com propósito" é uma lição para todos nós.

 

Afinal, o que a impedia de trilhar um caminho diferente no passado não pode mais ser um obstáculo hoje. A idade, em vez de limitá-la, trouxe a experiência e a coragem para perseguir seus sonhos.

 

Desejo que as gerações mais jovens, como minha filha, minhas sobrinhas e as  bisnetas de minha mãe, aprendam com essa lição. Que elas aproveitem as oportunidades que têm hoje, busquem seus próprios caminhos e, no futuro, vejam a idade não como um impedimento, mas como uma fase de novas conquistas.

 

Que a história da minha mãe inspire todas as mulheres que se sentiram presas a um papel predefinido. Que elas encontrem coragem e determinação para buscar seus sonhos, independentemente da idade ou das circunstâncias. A vida é um aprendizado constante, e nunca é tarde para recomeçar.

 

Simoni Bergamaschi

 

 

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