O diretor do Hospital Regional de Cáceres (MT), Onair Nogueira, foi preso nesta sexta-feira (6) durante a Operação Panaceia, deflagrada pela Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU), que apura desvio de recursos públicos do Sistema Único de Saúde (SUS). A secretária adjunta de Unidades Especializadas da Secretaria de Saúde de Mato Grosso (SES-MT), Caroline Campos Dobes Conturbia Neves, também é uma dos alvos da operação, e teve a casa vasculhada pelos agentes.
A defesa do diretor informou que não vai se manifestar sobre o caso.
De acordo com a PF, foram cumpridos ainda 15 mandados de busca e apreensão e dois afastamentos de servidores públicos do hospital. A Justiça também mandou bloquear R$ 5,5 milhões da conta de 12 investigados pela polícia.
Hospital Regional de Cáceres (MT) — Foto: Secom-MT
Conforme as investigações, as fraudes tiveram início durante a pandemia de Covid-19, quando servidores e empresas passaram a direcionar recursos do governo federal destinados ao SUS em Mato Grosso a um grupo fechado de empresas, cujos sócios possuem ligação entre si, prejudicando a participação de outros interessados.
As empresas envolvidas no esquema de desvio de dinheiro receberam cerca de R$ 55 milhões até agosto de 2024. A maior parte do dinheiro foi depositada durante a pandemia de Covid 19, segundo a PF.
As empresas simulavam um ambiente competitivo, inclusive apresentando propostas para conferir aparência de legalidade aos procedimentos;
Segundo a PF, também foi cumprida uma ordem judicial para o bloqueio de R$ 5,5 milhões. — Foto: Polícia Federal
A Procuradoria Geral do Estado de Mato Grosso (PGE) emitiu parecer alertando as irregularidades aos servidores públicos envolvidos, antes mesmo da assinatura dos contratos, mas as contratações prosseguiram normalmente, segundo o delegado responsável pela investigação, Irineu Dias.
De acordo com a Secretaria de Saúde de Mato Grosso (SES/MT), o Hospital Regional de Cáceres atua como referência para 23 municípios, atendendo uma população de aproximadamente 400 mil habitantes.
Investigações apontaram que as fraudes tiveram início durante a pandemia de Covid-19 — Foto: Polícia Federal