O artista plástico Jonas Correa, um dos mais conceituados do estado, cobriu com uma lona preta o monumento Carta da Terra, uma de suas obras localizada em frente a Salgadeira, em forma de protesto contra a violação de direito autoral, na manhã desta sexta-feira (9), ocasião em que o governador Pedro Taques (PSDB) esteve no Complexo Turístico que será reinaugurado no mês que vem.

A escultura de cinco crianças de mão dadas em volta ao planeta terra é bastante famosa e foi feita por Correa no ano de 1998. Com o avanço das obras da Salgadeira, o Colégio Isaac Newton, responsável por financiar o monumento há vinte anos, contratou outro artista para fazer a revitalização, o que configura violação de direito autoral.

“Eu exijo o meu direito de restaurar a obra do jeito que ela é. Eles terão que pagar o que eu pedi, que é um valor menor que o outro artista cobrou. A ideia do protesto é esta que seja restaurado novamente e que temos a oportunidade de trazer a tona este problema que temos o tempo todo de violação de direito”, afirmou ao Olhar Direto.

Durante a visita a obra da Salgadeira, o governador Pedro Taques conversou com o artista plástico e desejou para que tudo se resolva de forma pacífica e o mais rápido possível. Já o secretário de Cidades Wilson Santos entrou em contato com a direção do CIN e marcou uma reunião de representantes com Correa.

“O estado não tocou nesta obra e não tocará. Eu liguei para o colégio e os representantes virão falar com o artista. Estou na torcida para que eles se entendam e devolvam o mais bonito possível este monumento, por que ele é muito bacana. Quero só que ele esteja pronto dia 8 de abril”, explicou.

De acordo com o artigo 24° da lei n° 9.610/98 são direitos morais do autor assegurar a integridade da obra, opondo-se a quaisquer modificações ou à prática de atos que de qualquer forma, possam prejudicá-la ou atingi-la, como autor em sua reputação ou honra.

Morando atualmente em Curitiba (PR), Jonas Correa esculpiu obras em Cuiabá como o monumento do Beco do Candieiro e a estátua na Praça da República que denúncia que a justiça deve ser para todos.