Caso tenha R$ 4 milhões sobrando na carteira, você pode ser um dos potenciais compradores de uma mansão com cinco suítes, oito banheiros, sauna, piscina, quadra de futsal, garagem para mais de oito carros e até mesmo um cinema exclusivo. Localizada no bairro Santa Rosa, a antiga residência oficial dos governadores de Mato Grosso está à venda.
O imóvel está sendo vendido por uma imobiliária da capital e o atual proprietário prefere não se identificar. No anúncio, feito nas redes sociais, é detalhado que a mansão possui sala com vários ambientes, cozinha externa, quartos e dependências extras, além de armários planejados por toda a casa.
As duas sugestões feitas pelo anúncio para uso do local são curiosas. “Morar em uma casa que parece um resort ou montar um restaurante de alto luxo”, opina a imobiliária.
A residência tem 948,63 metros de área construída. O terreno ocupa um quarteirão e possui área total de quase 3 mil metros quadrados.
O imóvel foi entregue pelo Governo do Estado em abril de 2003, durante a gestão do ex-governador e hoje senador licenciado e ministro da Agricultura, Blairo Maggi, para quitar dívidas trabalhistas com seis ex-funcionários da extinta Companhia de Desenvolvimento do Estado de Mato Grosso (Codemat). A mansão fica localizada na rua Canadá, no Santa Rosa, um dos bairros mais nobres da capital.
A casa foi adquirida pelo governo durante a administração de Carlos Bezerra, no fim da década de 80. Também residiram na mansão os ex-governadores Jayme Campos e Dante de Oliveira. Rogério Salles e Blairo Maggi preferiram não morar no local.
Um dos primeiros moradores da casa, após ela ter sido vendida, foi o ex-coordenador de Ciretrans de Mato Grosso, Jefferson Cerqueira. Numa negociação intermediada por uma imobiliária da Capital, enquanto ainda era coordenador de Ciretrans, Jefferson alugou a residência por nove meses e chegou a assinar um contrato de compra e venda no começo de 2005.
Ele foi preso em julho de 2007 por participar de uma quadrilha de desmanche em Cuiabá. Na época, foi flagrado com uma picape roubada em sua empresa de peças automotivas. Ele e mais seis pessoas foram presas e indiciadas por receptação qualificada e formação de quadrilha, mas foi solto quase três meses depois da prisão.
Um ano e meio depois, em dezembro de 2008, ele e um tio, Gilmar de Carli, foram presos em flagrante com 10 quilos de pasta base de cocaína, adquirida na Bolívia, quando viajavam de Cuiabá rumo a Vila Velha (ES). A droga estava escondida dentro de um estepe da caminhonete Cherokee, blindada, usada pela dupla. A polícia tinha conhecimento da negociação e abordou os dois quando saíam de um barzinho da cidade de Vitória e transportavam a carga de entorpecente.