A Corregedoria da Polícia Civil abriu investigação contra o delegado de Colniza, Edison Ricardo Pick, acusado em denúncia de usar a viatura da delegacia para fins particulares, como ir à igreja, supermercado e lojas, além de transportar a esposa no veículo. Ela não é policial nem servidora do Estado.
A denúncia partiu de investigador que teria sido colocado à disposição da regional de Juína por suspeita de cometer irregularidades, Jeovanio Vidal Griebel. Ele encaminhou o documento para a Promotoria de Justiça de Colniza em 8 de agosto. O documento foi instruído com uma foto monstrando o carro oficial parado em frente ao local, que provavelmente seria a matriz da igreja católica do município.
O investigador foi colocado à disposição por entregar documentos sigilosos a suspeitos e por não acatar ordens hierárquicas. “Aparentemente em horário que ocorreria algum evento no interior. Também foi juntado um vídeo demonstrando uma pessoa, que pode ser o referido delegado de polícia, adentrando no veículo, possivelmente ao fim do mesmo evento”, diz trecho da denúncia que também afirma que a foto e vídeo teriam sido feitos em 23 de julho.
Conforme a assessoria da Polícia Civil, a Corregedoria recebeu a denúncia em 16 de agosto, onde foi instaurado procedimento para apurar a situação e aplicar medidas cabíveis.
Outro lado
Ao RD News, o delegado afirma que ainda não foi notificado da denúncia e, por isso, ainda não vai comentar sobre o fato. Diz que já foi ameaçado várias vezes, contudo, faz parte da profissão. “Temer pela vida a gente até teme, mas estamos preparados. Investigador, promotor, juiz, todos recebem ameaças. Aqui inclusive já houve até disparo na frente da casa de um escrivão”, revela.
Investigações do delegado
Um dos casos mais polêmicos na cidade investigado pelo delegado é contra o advogado Robson Medeiros, proprietário da Fazenda São Lucas, em Colniza, acusado de manter pessoas e um deficiente físico e visual em condições análogas à escravidão. Além de Robson, também foram indiciados o investigador Jeovanio e a esposa do advogado, Vanessa Santos, e o ex-sogro Lelui Antonio Pertile Bombarda.
Segundo a Polícia Civil, a vítima tem deficiência física e visual ocasionadas por acidentes de trabalho nas fazendas do acusado. O funcionário, que, segundo a polícia, nunca teve carteira assinada e recebia apenas moradia e comida pelos trabalhos prestados, ficou cego do olho esquerdo devido um acidente de trânsito, em 2015, e amputou uma perna em razão de ferimento ocasionado quando apagava um incêndio na propriedade.