O ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT), José Riva entregou a prefeita afastada de Juara (909 km de Rondonópolis), Luciane Bezerra (PSB), durante depoimento a Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz-MT), obtida no âmbito da operação “Bereré”. Ele disse que Luciane indicou uma empresa para receber propinas de um esquema que causou prejuízo de R$ 9,5 milhões aos cofres da AL-MT. O esquema, investigado na operação “Ventríloquo”, ocorreu no ano de 2014 quando Bezerra também era Deputado Estadual.
A operação “Bereré” apura um esquema de lavagem de dinheiro e desvios de recursos no Detran de Mato Grosso. A empresa ‘Fama Serviços Administrativos LTDA’ que é de propriedade de uma prima da prefeita afastada, também é investigada na “Bereré”.
Conforme informações, através da Fama Serviços, Luciane teria recebido um cheque de R$ 52 mil de propinas oriundas do esquema da “Ventríloquo”. Já a operação Bereré aponta que a empresa teria recebido R$ 30 mil em cheques de Claudemir Pereira dos Santos, sócio da Santos Treinamento, uma das empresas que estariam por trás das fraudes no Detran. A organização, por sua vez, transferiu R$ 13.500,00 para a campanha da ex-deputada estadual em 2010 e R$ 23.500,00 para seu marido, Oscar Bezerra (PSB), também parlamentar na AL-MT, em 2014.
A operação Ventríloquo investiga um esquema envolvendo uma dívida que a Assembleia possui com o antigo Banco Bamerindus nos anos 1990. De acordo com investigações do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), em torno de R$ 9,5 milhões foram desviados dos cofres públicos entre os anos de 2013 e 2014. Deflagrada em julho de 2015, a operação chegou a prender o ex-presidente da AL-MT, José Geraldo Riva.