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SES inicia avaliação e controle dos atendimentos durante a 9ª edição em Juína

Data: Quarta-feira, 20/09/2017 08:20
Fonte: Rose Velasco | SES MT

Uma equipe de 15 servidores de carreira da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) chegou a Juína, cidade sede da 9ª edição da Caravana da Transformação, no domingo (17.09), para se reunir com técnicos da Saúde e da Vigilância do município e do Escritório Regional de Saúde de Juína e acertar os detalhes de todo o trabalho que será executado diariamente durante todo o período de realização da caravana.

Nesta terça, o trabalho da equipe começou de madrugada, por volta das 4h30, já que o atendimento dos primeiros pacientes começa às 6h e tudo tem de estar preparado para que haja rapidez, eficiência e com o menor índice de risco para a saúde dos pacientes.

Durante toda a caravana, essa será a rotina dos servidores: o trabalho continua depois das cirurgias e será concluído após uma espécie de auditoria que é a análise de documentos necessária para o ser autorizado o pagamento para a empresa responsável, contratada para realizar consultas, exames e cirurgias oftalmológicas.

Todo esse procedimento é acompanhado pelas superintendências de Gestão Hospitalar e Ambulatorial; Programação, Controle e Avaliação; e Vigilância em Saúde. Integram a equipe fiscais de vigilância sanitária, fiscais de contrato, servidores do Escritório Regional de Saúde de Juína , do qual faz parte o médico regulador, que é o profissional que autoriza as cirurgias, além de técnicos do Samu estadual que atuam com duas viaturas (básica avançada) e mais uma viatura equipada de apoio do município.

“O controle final da execução do contrato de serviço é realizado em Cuiabá, quando a empresa entrega a documentação dos procedimentos realizados e esses documentos são recebidos por uma equipe de cinco fiscais. Somente depois da análise dos documentos é feito o pagamento para a empresa prestadora dos serviços”, explica Selma Aparecida Carvalho, superintendente de Gestão Hospitalar e Ambulatorial da SES MT.

De acordo com a técnica do Controle e Avaliação da SES Sonia Alves Pio, o paciente é regulado por meio do cartão do SUS e da carteira de identidade; é feito o agendamento da consulta; emite-se o laudo de solicitação de exames; o paciente deve assinar um termo de consentimento espontâneo para passar pela cirurgia; o paciente é submetido ao exame de anamnése (informação sobre a saúde do paciente). Havendo indicação da cirurgia a solicitação é analisada pelo médico regulador do Escritório Regional de Saúde que autoriza ou não a cirurgia, por meio do Apac (Autorização de Procedimento de Alta Complexidade).

Série histórica

A produção do serviço é encaminhada à SES junto com o boletim de produção ambulatorial. A secretaria mensalmente encaminha ao Datasus do Ministério da Saúde as informações de produção da empresa contratada. São essas informações que vão gerar uma série histórica de procedimentos oftalmológicos de Mato Grosso junto ao SUS.

“Esse é um serviço que o Estado realiza com recursos próprios e essa série histórica é importante para que o governo venha receber ou aumentar o teto para a oftalmologia do Estado de Mato Grosso futuramente”, destacou Sonia Pio.

O Ministério da Saúde repassa para os municípios recursos para o serviço oftalmológico, mas em valor insuficiente para atender a demanda reprimida e oculta de longa data, e é justamente essa demanda que é atendida durante as edições da Caravana da Transformação.

“Se o governo do Estado deixasse para cada município atender essa demanda, se levaria décadas para esses pacientes serem atendidos ou até mesmo nem chegariam a ser atendidos, pois a maioria é de idade avançada e está sem enxergar há vários anos”, disse a superintendente Selma Aparecida Carvalho.   

É o caso da aposentada Jandyra de Sangiacomo Machado, de 82 anos, moradora do município de Porto dos Gaúchos, distante 250 km de Juína e quase 1.000 km de Cuiabá. Jandyra tem cataratas nos dois olhos e espera para ser atendida há mais de cinco anos.

A aposentada deixou de sair de casa e de levar uma vida normal por não enxergar; até os pequenos serviços domésticos tornaram-se difíceis de serem realizados. Em casa, ela conta com o apoio do marido, de 77 anos e que também tem catarata em um olho. “Espero que desta vez eu volte a enxergar e viver feliz, pois vinha usando óculos, mas não resolveu nada”, diz Jandira, bastante esperançosa com a tão esperada chance de poder enxergar novamente.