Em 2017, cresceu o número de desaparecidos em Cuiabá e Várzea Grande, região metropolitana da capital, em relação ao ano anterior. De acordo com a Polícia Civil, foram 853 casos registrados nas duas cidades, 16% a mais do que em 2016, quando 733 pessoas foram reportadas como desaparecidas.
Segundo a polícia, na maioria dos casos, o desaparecimento está ligado a algum tipo de problema psicológico ou familiar. Além disso, quem desaparece se encaixa, geralmente, em dois tipos de perfis: meninas com idades entre 14 e 17 anos e homens idosos, com mais de 64 anos.
“Muitas vezes, a gente percebe que os desaparecimentos ocorrem por problemas familiares, drogas, alcoolismos, abusos ou outros crimes que as pessoas estão passando em casa e, por isso, elas fogem”, disse a delegada Sílvia Ferrari, que atua no Núcleo de Pessoas Desaparecidas da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Conforme a DHPP, muitas vezes as buscas da polícia por pessoas desaparecidas demoram muito mais do que deveriam. Isso porque tem gente que sai de casa e depois retorna espontaneamente, mas ninguém informa a polícia.
De acordo com a polícia, o ano passado teve um dos melhores resultados dos últimos tempos na localização de gente sumida. Foram 776 desaparecimentos solucionados, o que representa resolução de 92% dos casos.
Os psicólogos explicam que a decisão de sair de casa é quase sempre tomada sob muita pressão e, por isso, o único remédio para evitar casos como esses – ou até mesmo para evitar novos desaparecimentos – é dar atenção e, nos casos daquelas pessoas que retornam espontaneamente, acolhê-las.