Quatro pessoas foram presas em flagrante acusadas de sequestro, cárcere privado qualificado e tortura praticada contra um homem de 50 anos, identificado como M.V.C., que foi internado contra vontade em um centro de recuperação para dependentes químicos de Cuiabá e lá permaneceu 25 dias. A irmã da vítima teria assinado a documentação para internação.
A vítima, M.V.C., foi resgatada por policiais da 1ª Delegacia de Polícia, de Várzea Grande, na manhã desta terça-feira (27), após permanecer internada por cerca de 25 dias, sem o consentimento da filha e da advogada constituída por ele.
Segundo o delegado Bruno Lima Barcellos, a irmã da vítima é quem teria assinado a documentação para internação, e os proprietários da clínica, supostamente, estavam o forçando a assinar uma autorização de pleno acesso a uma conta judicial administrada pela vítima e outros bens.
“Estamos apurando essa informação”, disse o delegado. “Foi a irmã que assinou o contrato de internação e autorização para internação contra a vontade dele (vítima) e da família (filha) e a advogada dele”, completou Barcellos.
A filha já tinha feito boletim de ocorrência comunicando o desaparecimento do internado, mas a Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP) entendeu que não era caso de desaparecimento e repassou a 1ª Delegacia de Polícia, em Várzea Grande.
No começo do mês, a vítima foi sequestrada, em Chapada dos Guimarães, por homens que teriam se identificado como policiais e levada à clínica, onde foi internada sem seu consentimento, pois não tem nenhum tipo de dependência química ou outro tipo de doença, que necessite de internação para o tratamento.
“Eu acredito que se não tivéssemos feito essa intervenção agora, essa vítima, possivelmente, seria morta. A família o procurou na clínica, ora falavam que ele estava internado ora que tinha saído. A vítima estava incomunicável, não recebia ligação e também não fazia. Ficava lá sem que ninguém soubesse o paradeiro dele, a não ser a irmã”, finalizou o delegado.
A Polícia Civil procura a irmã da vítima para dar explicações na Delegacia. Os nomes dos presos não foram informados, por ainda estar em andamento o trabalho de investigação.