A deputada estadual Janaina Riva (MDB), agora oficialmente candidata à reeleição, vai apoiar, juntamente com seu partido, a candidatura de Wellington Fagundes (PR) para o governo do Estado. A decisão, disse a própria, é para manter a coerência da oposição contra o governador Pedro Taques (PSDB).
“Foi uma definição do partido. Só pessoas de cabeça muito pequena acham que o apoio é porque a Janaina é nora do Wellington. Janaina é deputada eleita antes de ser nora dele, disse que apoiaria uma candidatura que fosse de oposição. Pra mim não existe possibilidade nenhuma de apoiar uma candidatura de apoio a Pedro Taques”.
Para Janaina, seu partido tem condições de indicar o vice, Juarez Costa, porque este não seria um “vice-acessório”, tem um nome forte e consolidado, além de ajudar a compor chapa de maior peso, majoritária, além, claro, de manter a cadeira dela na Assembleia Legislativa.
Ela já observa um cenário eleitoral muito menos maniqueísta do que as brigas e bate-bocas em mídias sociais podem fazer supor. Na perspectiva dela, os palanques para 2018 vão ser absolutamente mistos nas eleições regionais, com candidatos apoiando não necessariamente os mesmos nomes para a Presidência da República, por exemplo, mas caminhando juntos quando se tratar de governadores e deputados estaduais.
Cita inclusive partidos absolutamente antagonistas do ponto de vista ideológico, como o PR e o PC do B, caminhando juntos, pois nem todos terão candidatos próprios aos Executivos estaduais.
Sobre o porquê de não ser candidata a deputada federal, como foi aventado por diversas vezes nos bastidores, programas de rádio, tevê, jornais e sites, ela justifica a escolha por permanecer no parlamento estadual por um “desejo das pessoas”.
Janaina Riva percebe em suas bases praticamente um desejo unânime pela permanência dela no estado. “Querem que eu fique aqui mesmo e dão muito o exemplo da proximidade. Querem que você fique mais próximo do vereador, mais próximo do prefeito”.
Esse relacionamento vem sendo cimentado por ela e é herdado das andanças com o pai, José Geraldo Riva, pelos grotões de Mato Grosso. “Fiz muitas amizades trabalhando com meu pai. Tem muitos municípios em que eu não tenho apoio grande, mas tenho relacionamentos”.
Nessas conversas de sondagem quanto ao cenário estadual, já ouviu de tudo, sempre, de acordo com ela, até mesmo estímulos a se candidatar a governadora. “Às vezes as pessoas falam que eu sou boba, que deveria estimular o Pedro por mais quatro anos que aí seria candidata a governador”.
Por ora, uma possibilidade sequer cogitada porque, nas palavras dela, “o Estado não aguenta mais , não posso ser tão egoísta assim e pensar só em mim. Tenho feito isso com objetivo de fazer um governador que tenha mais proximidade, mais humildade, mais humanidade mesmo com o Estado, que seja mais próximo, acho que isso é mais importante pra mim até do que minha eleição. Se pensar só em mim, não vou a lugar nenhum, hoje um deputado sem governador faz muito pouco”.
Pedro Taques é alvo interminável das críticas de Janaina. Em um discurso na Assembleia, proferido há uma semana, gravado e disseminado nas mídias sociais, especialmente o WhatsApp, ela detona o atual governador e afirma que ele não só é tão corrupto quanto todos os outros, mas muito pior, porque se esconde atrás do “não sabia de nada”.