Um projeto de intervenção elaborado pela aluna de pós-graduação da Escola de Saúde Pública de Mato Grosso (ESP MT) Aryanne Parreira Coelho, que também é extensionista social da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), está contribuindo com a melhoria da qualidade de vida de estudantes de Ribeirão Cascalheira (a 600 km de Cuiabá/MT) por meio do aumento da inserção de produtos da agricultura familiar na merenda escolar.
Aryanne Coelho conta que trabalhou este tema após descobrir, pesquisando indicadores da Secretaria Nacional de Direito Econômico (SNDE), que o município de Ribeirão Cascalheira usa apenas 30% de produtos da agricultura familiar na merenda escolar, apesar de o município ter 1.630 famílias de agricultores.
“O trabalho final da pós-graduação, que é o projeto de intervenção, tem que ser desenvolvido na área de atuação do aluno e ter impacto na área de saúde pública. Como sou nutricionista e extensionista social da Empaer, escolhi este tema, que considero uma grande oportunidade”, observa Aryanne, que foi orientada pela Dra. Solanyara Maria da Silva e pela Mestre Carmem Silvia Campos Machado, que é diretora da ESP.
Ribeirão Cascalheira tem uma população grande na zona rural e o pequeno produtor tem potencial para fornecer alimentos. O projeto da extensionista faz a ponte entre os profissionais da educação, a rede de ensino e o produtor, para que ele possa fornecer seus produtos ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). A expectativa é de que indicadores mais otimistas possam ser contabilizados ao final de 2018.
Segundo a Empaer, os que aderirem ao PNAE vão poder entregar às unidades de ensino produtos como mandioca, ovos, leite pasteurizado e derivados, hortaliças em geral, banana entre outros.
Essa intermediação, segundo Aryanne Coelho, é muito bem recebida por escolas da rede municipal e estadual de ensino de Ribeirão Cascalheira e conta com aval da Secretaria Municipal de Agricultura.
“Espera-se que a Segurança Alimentar e Nutricional e Direito Humano à Alimentação Adequada seja assegurado a população beneficiada pelo PNAE, promovendo a saúde e prevenindo patologias às crianças”, destaca a extensionista.
Ela observa que, na perspectiva da saúde pública, acredita-se que a relação entre a alimentação escolar e a formação de bons hábitos alimentares seja uma experiência exitosa, tendo-se em vista que a incorporação do costume da alimentação saudável durante a infância é crucial, já que exerce grande influência no comportamento das pessoas na vida adulta.
“Tendo-se em vista o processo de transição nutricional pelo qual passamos, e também a alta incidência de doenças crônicas não transmissíveis, busca-se agir preventivamente a fim de que os escolares reduzam o consumo de alimentos calóricos e industrializados e priorizem o consumo de alimentos regionais e saudáveis”.
A diretora da Escola de Saúde Pública, Carmem Machado, comemora o sucesso do projeto. “A ESP contribui não só para a formação, mas para o protagonismo dos alunos e é isto que atesta o projeto da aluna Aryanne Coelho”, diz.
A Escola de Saúde Pública
O número de certificados de capacitação emitidos pela Escola de Saúde Pública de Mato Grosso (ESP) subiu de 1.364 para 5.149 entre 2016 e 2017, o que representa um aumento de 277%.
Para 2018, a projeção é de que a Escola emita mais de 50 mil certificados graças à parceria com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) para capacitação em Ensino à Distância (EAD) do Projeto Anjos da Escola, o que deve representar um salto de 871% em emissão de certificações.
Por outro lado, a ESP oferece cursos nas mais diversas áreas, voltados à garantia da educação permanente dos trabalhadores da saúde, como é o caso da pós-graduação ofertada no ano passado que certificou 142 servidores nas áreas da Saúde da Família, Odontologia para Pacientes Especiais e Saúde Pública.