O vice-governador Carlos Fávaro (PSD) acaba de entregar sua carta de renúncia na Assembleia. Com isso, o presidente da Assembleia Eduardo Botelho (DEM) passa a ser o sucessor imediato do governador Pedro Taques (PSDB). Essa é a primeira vez na história da república de Mato Grosso que o vice-governador renuncia ao cargo, a medida tem como objetivo evitar que Fávaro, que pretende disputar Senado, assuma o posto de governador a partir do sábado (7). Ocorre que, caso ele assuma, ainda que por um dia, não poderá concorrer.
A renúncia também representa o rompimento definitivo da relação com Taques, que já estava desgastada há tempos. “Quero ter muita tranquilidade para construir projeto político para o partido e isso quero fazer com responsabilidade. Para que seja feito com tranquilidade, não quero usar da estrutura pública, ter salário, ter estrutura da vice-governadoria para começar a fazer a campanha política, discutir um projeto para o Estado de Mato Grosso.”
Fávaro diz entregar o cargo com o dever cumprido nesses três anos e três meses de gestão, período em que também atuou na secretaria estadual de Meio Ambiente (Sema). “Vim pedir para você acolher o meu pedido de renúncia do cargo de vice-governador”, diz ao presidente da Assembleia, deputado estadual Eduardo Botelho (DEM), que lamentou a saída e ressaltou a boa atuação de Fávaro, principalmente nos momentos de crise.
“É lamentável. Não gostaria de ver a saída do Carlos Fávaro. Sempre foi um grande vice-governador, sou testemunha disso. Nos momentos de crise você estava junto. Na criação do Fethab 2, você foi muito importante para esse projeto, sou testemunha disso também. Você cumpriu seu papel muito honradamente e ajudou muito esse governo no sucesso que teve até agora”, diz Botelho a Fávaro.
O parlamentar comenta que não tem conhecimento sobre qual é o trâmite do pedido de renúncia, se precisa ser analisado e passar pelo Plenário da Assembleia ou se pode ser assinado imediatamente. “Vou pegar a procuradoria e tomar as providências daquilo que for mais rápido para dar tranquilidade para o vice-governador”, diz diante da imprensa.
Em fala direcionada aos veículos de comunicação presentes na entrega do pedido de renúncia, Fávaro afirma que a vice-governadoria não fez o papel apenas de coadjuvante no governo e cita que os gastos foram reduzidos em 60%, assim como o número de cargos comissionados que caiu de 74 para em torno de 20. Dos três anos na gestão, dois foram dedicados à Sema.
Apenas dos atritos, o social-democrata garante que sua relação com o governador será tranquila e democrática. Em meio a sua fala, Fávaro é questionado se comunicou Taques sobre o pedido de renúncia e sua resposta deixa dúvidas quanto à tranquilidade prometida na relação com o chefe do Executivo: “Não, eu tenho que comunicar o presidente da Assembleia e vim fazer aqui.”