A 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou pedido de habeas corpus ao empresário Valdelir João de Souza, conhecido como Polaco Marceneiro. Valdelir é acusado de ser o mandante do assassinato de nove trabalhadores ruraisna Gleba Taquaruçu do Norte, em Colniza, a 1.065 km de Cuiabá, em abril do ano passado.
Valdelir teve a prisão preventiva decretada e é considerado foragido. Ainda assim, a defesa tenta obter o direito dele de responder ao processo em liberdade ou a fixação de medidas cautelares.
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) já havia negado o habeas corpus ao empresário.
No recurso ao STJ, a defesa de Valdelir alega que há ausência de indícios da autoria e a falta de fundamentação no decreto de prisão dele.
Segundo o processo, o crime teria ocorrido por suposta intenção do marceneiro de “atemorizar e expulsar posseiros de suas terras, atuando com armas de fogo e extrema violência, para delas extrair recursos naturais e futuramente vendê-las”.
O ministro Rogerio Schietti Cruz, relator do processo, afirmou, no entanto, que foram apontados indícios suficientes de autoria e materialidade do crime.
Valderli é proprietário da Madeiras G.A., em Colniza, e da Madeireira Cedroarana, localizada em Machadinho d’Oeste, no interior de Rondônia. As empresas atuam na exportação de madeira para vários países, como Alemanha, Estados Unidos, França, Holanda, Dinamarca, Itália, Bélgica e Japão.
A defesa de Valdelir negou a participação dele no crime.
De acordo com o MPE, no dia da chacina, Pedro, Paulo, Ronaldo e Moisés, a mando de Valdelir, teriam seguido até a Linha 15 e, com o uso de armas de fogo e arma branca, assassinaram Francisco Chaves da Silva, 56, Edson Alves Antunes, 32, Izaul Brito dos Santos, 50, Aldo Aparecido Carlini, 50, Sebastião Ferreira de Souza, 57, Fábio Rodrigues dos Santos, 37, Samuel Antonio da Cunha, 23, Ezequias Santos de Oliveira, 26, e Valmir Rangel do Nascimento, de 55 anos.
Os autores foram reconhecidos pelas testemunhas. Segundo o MP, os criminosos percorreram aproximadamente 9 km ao longo da Linha 15, assassinando, com requintes de crueldade, aqueles que encontraram pelo caminho, sem dar chance de fuga ou defesa.