“Aquela falta de paciência que vai dando quando a audiência é estressante e o advogado começa a fazer pergunta idiota!”, foi uma das postagens feitas pela juíza Anna Paula Gomes Freitas, da Segunda Vara Criminal de Tangará da Serra (a 250 km de Cuiabá). Em seu perfil no Instagram, fez selfies em plena audiência que presidia e dirigiu ofensas aos advogados presentes. A brincadeira repercutiu no meio jurídico de todo o Estado.
A Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso (OAB-MT) lamentou as postagens e informou que o caso já foi levado à Corregedoria do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).
“Aquela satisfação quando da pergunta idiota vem uma resposta que é tudo que a defesa não queria ouvir”, brincou a juíza em sua segunda postagem, também acompanhada de selfie com caras e bocas.
O perfil da magistrada no Instagram tem 3.485 seguidores.
A atitude afeta a advocacia precisamente no Artigo 6º da Lei 8.906/1994, que diz: "Não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, devendo todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos".
O presidente da OAB-MT lamentou a brincadeira nas redes. "Como presidente da OAB-MT, mas principalmente como advogado, que recebi essa notícia lamentável. A juíza foi extremamente infeliz e fez comentários desnecessários e que nada contribuem para a efetiva distribuição da justiça, além de ter sido desrespeitosa com o ato formal e solene que é a audiência, que aliás, deveria ser objeto de atenção de todos (o desrespeito aos advogados nem precisa ser mais ainda explicitado)".
Sobre o objeto das queixas da magistrada, a "idiotice" ou não de determinada pergunta, o presidente da Ordem assevera. "A pertinência da pergunta é avaliada pelo advogado que traça toda uma estratégia de defesa, assim, totalmente desnecessário e impertinente tais cometários".
Leonardo finaliza: "Já informo de antemão que o assunto já está na corregedoria do Tribunal de Justiça e vamos cobrar resposta".
Olhar Jurídico tentou contato com a Corregedoria do TJMT, mas sem sucesso.