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A exemplo de Humaitá (AM) Juara (MT) já teve maquinários queimados por agentes federais.

População se revolta com estas ações.

Data: Segunda-feira, 30/10/2017 14:47
Fonte: RECORD TV/Juara - Paulo Becker com informações Folhapress

 A Marinha enviou para Humaitá (AM), a 675 km de Manaus, um pelotão com cerca de 30 fuzileiros navais e um navio-patrulha para dar segurança a militares e familiares no município. Entre sexta-feira (27) e sábado, um grupo de garimpeiros atacou e incendiou carros e prédios de órgãos federais na cidade e uma embarcação do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).

Os ataques ocorreram dias depois que os órgão federais, tendo o Ibama à frente, desencadearam uma nova etapa da Operação Ouro Fino, que combate o garimpo ilegal em unidades de conservações e terras indígenas banhadas pelo rio Madeira. Recorrendo a uma previsão legal já aplicada em outras operações de fiscalização no país, o órgão destruiu 31 embarcações.

A Marinha informou que desde a terça-feira (24) vinha dando apoio à Operação Ouro Fino. "A prática [do garimpo] de forma irregular, além de causar prejuízos nocivos ao meio ambiente, contribui para o assoreamento dos rios, contamina as águas com produtos da mineração, bem como, dificulta a navegação", informou a Marinha.

O diretor de Proteção Ambiental do Ibama em Brasília, Luciano de Meneses Evaristo, afirmou que toda a atividade dos garimpeiros na área é ilegal por se tratar de uma unidade de conservação ambiental. "É um grande grupo de pessoas sem licença, poluindo o rio Madeira, jogando mercúrio na água, comprometendo a fauna e a flora e as pessoas que vivem do rio. Nós vamos continuar fazendo o nosso serviço", disse Evaristo.

Um alto membro do governo do Amazonas atacou a operação contra os crimes ao meio ambiente. O secretário de segurança e vice-governador do Estado, Bosco Saraiva, afirmou que o conflito "foi provocado por membros de organismos federais, situação que será efetivamente investigada a fundo e que causou aquele transtorno absurdo na cidade de Humaitá"."A notícia que se tem é que membros do Ibama teriam ateado fogo, portanto extrapolado aquilo que era uma fiscalização, teriam ateado fogo em balsas, que inclusive teriam residências sobre elas, o que afetou muitas famílias. A população se revoltou contra", disse o secretário aos jornalistas.

Luciano Evaristo, do Ibama, disse que a decisão de queimar as balsas é amparada por lei e só foi tomada porque os garimpeiros impediram que um rebocador, alugado pelo Ibama especialmente para a ação, retirasse as embarcações da área protegida.

O comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar em Humaitá, major J. Antônio, rechaçou as críticas do Ibama de que a corporação teria sido leniente na proteção ao órgão, que teve quatro carros e o prédio incendiados. Ele disse que colocou mais de 80 homens nas ruas na primeira hora do conflito e conseguiu evitar depredações em vários endereços, como a casa de um servidor do Ibama, mas a ação dos garimpeiros foi muito rápida e envolveu centenas de pessoas e diferentes locais ao mesmo tempo. Segundo o major, o prédio do Ibama em Humaitá é desprotegido, sem muro, fica à beira de uma rodovia, e seria "impossível protegê-lo da multidão".

Operações do Ibama tem causado ‘reboliço’ em várias regiões de Mato Grosso também. Mas ao invés de garimpo, as ações estão voltadas para a extração de madeira. Máquinas e caminhões já foram queimados pelos agentes federais no município de Juara, por exemplo. A destruição destas ferramentas de trabalho revolta os madeireiro da região e que se veem impossibilitados de continuar nesta atividade, gerando fator de desemprego em toda a cadeia produtiva do setor.