A médica dermatologista Letícia Bortolini, de 37 anos, que foi detida suspeita de ter atropelado e matado um vendedor ambulante na noite de sábado (14) na Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá, teve a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva.
A defesa da médica não quis se manifestar sobre o caso. Letícia passou por audiência de custódia na Nova Vara Criminal na tarde de ontem (15). A juíza plantonista, Renata do Carmo Evaristo Parreira, converteu a prisão e determinou que a médica seja colocada em uma cela especial, pelo fato de ter ensino superior.
Ela deve ser encaminhada para ao Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, em Cuiabá.
Letícia dirigia o carro na companhia do marido, que também é médico, quando atropelou Francisco Lúcio Maia, de 48 anos.
Francisco empurrava um carrinho de verdura para o canteiro da avenida quando foi atingido pelo automóvel. Letícia e o marido não prestaram socorro e fugiram do local. Ela foi detida momentos depois em um condomínio porque uma testemunha seguiu o carro do casal.
Durante a audiência, o Ministério Público Estadual (MPE) pediu a prisão preventiva para que Letícia responda por homicídio doloso (quando há intenção de matar ou a pessoa assume o risco de fazer isso), omissão de socorro e embriaguez ao volante.
A embriaguez foi atestada por policiais militares, mas a médica se recusou a fazer o teste do bafômetro. Para o MP, a situação foi agravada pelo fato dela ser médica e ter feito um juramento de salvar vidas.
O advogado da médica, Geovane Santin, pediu a conversão da prisão preventiva para domiciliar, já que Letícia tem um filho de 1 ano. A juíza negou e disse que o titular da vara responsável é quem deve definir.
Uma testemunha relatou, durante a audiência de custódia, que Francisco foi atropelado e arremessado contra uma árvore no canteiro. A testemunha afirmou à juíza que o veículo da médica estava em alta velocidade e não freou ao atropelar a vítima.
A magistrada determinou que Letícia seja colocada em cela separada das demais presas, já que ela possui nível superior.
Francisco
Francisco terminava de atravessar a avenida e tentava subir com o carrinho no canteiro quando foi atingido pelo carro em que os médicos estavam. Segundo a família dele, Francisco morava com um irmão.
Pelo horário do acidente e pelo caminho, os familiares acreditam que o vendedor estava voltando para casa quando foi atropelado. Ele tinha um ponto fixo onde comercializava os produtos no Bairro Cidade Alta, em Cuiabá.