A maquiadora Cléia Rosa dos Santos, de 34 anos, foi indiciada na quarta-feira (18) pela Polícia Civil pelos assassinatos do marido e do amante dela e pela ocultação do cadáver de uma das vítimas, em Sinop, a 503 km de Cuiabá. À polícia, Cleia confessou os crimes.
Além dela, também foram indiciados os dois irmãos contratados pela mulher para matar o amante dela, segundo a polícia. José Graciliano dos Santos, de 30 anos, e Adriano dos Santos, de 20 anos, confessaram que teriam sido contratados por Cléia para cometer o crime. José assumiu a autoria do assassinato e o irmão o teria ajudado a enterrar o corpo e a motocicleta da vítima.
De acordo com a Polícia Civil, o marido da maquiadora, Jandirlei Alves Bueno, de 39 anos, foi morto a facadas em outubro de 2016. Cléia teria pedido ao amante, Adriano Gino, de 29 anos, que o matasse. Para isso, eles simularam um latrocínio. Jandirlei chegou a ser socorrido e encaminhado ao hospital, mas morreu dois meses depois.
Em dezembro do ano passado, o amante foi morto a golpes de enxada. O corpo de Adriano foi enterrado em uma região afastada da cidade e encontrado três meses após o crime. Cleia teria dopado o amante até que os executores chegassem no local. Adriano foi morto com golpes de enxada e a polícia acredita que ele tenha ameaçado a maquiadora.
Segundo o delegado Ugo Mendonça, que conduziu os inquéritos, as provas e depoimentos colhidos ao longos das investigações são robustos e comprovam a atuação de Cléia como mandante dos dois crimes, assim como cada assassinato foi cometido.
Entre os depoimentos colhidos está o de um casal que teria sido contratado pela maquiadora para executar o amante, mas que desistiu de cometer o crime, o que levou Cléia a contratar os dois irmãos que foram presos pelo homicídio.
O casal chegou a ser preso e com eles foi apreendida uma pistola e 13 munições que seriam usadas no crime.
"O casal confessou que a Cléia contratou eles primeiramente para matar o Adriano, deu R$ 5 mil de entrada e parte desse dinheiro foi usado para comprar a arma. Eles desistiram do crime e começaram a pagar de volta o dinheiro que ela deu de entrada", afirmou o delegado.
Eles foram indiciados por posse ilegal de arma de fogo e soltos após pagar fiança. "Com relação ao homicídio, como estava em fase de preparação e não tinha sido iniciado nenhum tipo de execução, eles não respondem por esse crime", disse.
Segundo o delegado, Cleia fez amizade com a mulher do casal, a quem ela confessou a intenção de matar o Adriano e contou como praticou o homicídio do primeiro marido, um ano antes, facilitando a entrada do amante na casa.
Conforme o delegado, Cleia irá responder por homicídios triplamente qualificados. No caso do marido, as qualificadoras são meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e motivo fútil.
Cléia está presa na Cadeia Feminina de Colíder, a 648 km de Cuiabá, desde o dia 24 de março deste ano. Já os dois irmãos estão presos na Penitenciária Osvaldo Florentino Leite, conhecida como Ferrugem, em Sinop.
Pela ocultação do cadáver do amante, Cléia e Adriano tiveram fiança arbitrada no valor de R$ 25 mil, que não foi paga. Segundo a polícia, ainda que a fiança estipulada pela Justiça fosse recolhida, ambos permaneceriam presos por forma de mandados de prisão temporária pelos crimes de homicídio, que não permite o pagamento de fiança.