O juiz Flávio Miraglia Fernandes, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, determinou que uma equipe de assistentes sociais apurem se o filho da médica Letícia Bortolini, de 37 anos, que matou um ambulante atropelado, necessita dos cuidados dela. A decisão atende a um pedido formulado pelo Ministério Público Estadual (MPE).
Letícia fugiu do local do acidente e foi presa em flagrante no sábado (14) depois que uma testemunha a seguiu. Na segunda-feira (16), entretanto, ela foi solta.
A Justiça acatou o pedido feito pela defesa da médica sob o argumento de que o filho necessita dos cuidados da mãe.
Na decisão, o magistrado dá um prazo de cinco dias para a elaboração de “um estudo social relatando a situação em que se encontra o menor, bem como se ele depende exclusivamente da guarda e dos cuidados de sua genitora”.
No dia do acidente, Letícia foi autuada por omissão de socorro, homicídio culposo na direção de veículo e por conduzir o veículo sob efeito de álcool.
O marido dela era passageiro do veículo e prestou depoimento. Ao deixar a delegacia, ele foi hostilizado por familiares de Francisco Lúcio Maia, de 48 anos, a vítima. Ele carregava um carrinho de verdura e voltava para casa.
O casal fugiu do local ao atropelar Francisco, que terminava de atravessar a Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá, e tentava subir com o carrinho no canteiro.
Uma testemunha viu a cena e seguiu o carro da médica, que entrou em um condomínio no Bairro Jardim Itália, na capital.
A filha da vítima, Francenilda da Silva, diz que espera justiça. “Meu pai era um homem de bem. A morte dele é muito dolorida. Ele merece ser reconhecido e que as leis sejam aplicadas de forma correta”, afirmou.
Letícia é proprietária de uma clínica particular, no Bairro Bosque da Saúde, e atua como dermatologista.
Em nota, o Conselho Regional de Medicina (CRM-MT) afirmou que abriu procedimentos administrativos para apurar o caso.