Brasil caiu para a 90ª posição em ranking do Fórum Econômico Mundial que analisa a igualdade entre homens e mulheres em 144 países. No ano passado, o Brasil ficou no 79º lugar. Em 2015, havia ficado na 85ª posição.
Segundo o relatório divulgado nesta quinta-feira (2), apesar de igualdade de condições nos indicadores de saúde e educação e de "modestas melhorias" em teremos de paridade econômica, as mulheres brasileiras ainda enfrentam acentuada discrepância em representatividade política, o que empurra o índice do Brasil para baixo.
Mais especificamente, as brasileiras sofrem com baixa participação em ministérios e no Legislativo, e salários baixos.
No sub-índice "Empoderamento Político", o Brasil caiu da 86ª posição para 110ª.
Segundo o relatório, a renda média da mulher corresponde a 58% da do homem - mesmo percentual registrado no ano passado. Segundo o relatório, o rendimento médio anual é de US$ 11.132 para mulheres e US$ 19.260 para homens.
Na saúde e na educação, as brasileiras têm melhores indicadores. Para cada estudante homem do ensino superior brasileiro, elas ocupam 1,4 vaga. Já a expectativa de vida feminina é de 67,8 anos, frente a 63,1 anos da masculina.
Desigualdade cresce no mundo após 10 anos de avanços
O relatório, que analisa a conjuntura nas áreas de trabalho, educação, saúde e política, mostra que a desigualdade de gênero voltou a crescer no mundo pela primeira vez após uma década de avanços constantes.
O estudo, realizado anualmente desde 2006, aponta que, mantido o ritmo atual, será preciso um século para acabar com a distância global entre homens e mulheres em escala mundial, contra os 83 anos calculados em 2016.
"Em 2017, não deveríamos estar constatando que a tendência de progresso a favor da igualdade se reverte", declarou um dos autores do relatório, Saadia Zahidi.
Este retrocesso se explica pelo aumento da diferença entre homens e mulheres nos quatro pilares estudados pelos especialistas. "As áreas onde a diferença entre sexos são mais difíceis de superar são economia e saúde", enquanto "o abismo político entre os sexos é o mais escandaloso...".
Entre os países do G20, a França ocupa a primeira posição em matéria de igualdade, seguida por Alemanha, Grã-Bretanha, Canadá, África do Sul e Argentina. A classificação geral é dominada pelos países do Norte da Europa: Islândia, Noruega e Finlândia.
Confra o Top 10 no ranking de igualdade:
Islândia
Noruega
Finlândia
Ruanda
Suécia
Nicarágua
Eslovênia
Irlanda
Nova Zelândia
Filipinas