O investigador da Polícia Civil, Ivan Sabino Corrêa, em Aripuanã (1.050 km de Cuiabá), divulgou um vídeo em rede social nesta quarta (2) no qual diz ter sido tirado à força da delegacia por ordem do delegado titular. O vídeo gravado pelo investigador, com pouco mais de 1 minuto, inicia no momento em que alguns policiais estão dentro de uma sala, em pé.
Ao fundo do vídeo aparece a mesa do delegado Alexandre da Silva Nazareth, suposto autor da ordem para a retirada via portaria administrativa. O investigador diz que ocupa o cargo por aprovação em concurso público e sua saída é justificada em “não ser interessante para o serviço público”.
“Neste exato momento estou na sala da autoridade policial, existem aqui alguns agentes que ele colocou à disposição a fim de me intimidar e para me tirar de dentro da delegacia, onde sou concursado. E estou aqui à disposição da autoridade policial para exercer minhas funções”, diz.
“Neste momento, a autoridade policial diz que vai me tirar à força da delegacia, pois eu não seria interessante para a segurança pública de Aripuanã”, complementa.
Logo em seguida, o investigador diz para o delegado “ficar à vontade” para retirá-lo de sua sala. O delegado se levanta e pede para os agentes retirarem o investigador, o qual resiste à ação até ser dominado pelos agentes.
Em nota de repúdio publicada hoje, o Sindicato dos Investigadores da Polícia Civil (Sinpol) diz que a atitude do delegado Alexandre da Silva Nazareth foi arbitrária e fere o artigo 157, § 2º, da Lei Orgânica da Polícia Judiciária Civil daa Lei Complementar (LC) 407/2017.
O sindicato diz ainda que orientou o investigador a resistir a sair da delegacia devido à ilegalidade da decisão do delegado titular. O caso deverá ser denunciado na Corregedoria Geral da Polícia Civil. “O Sindicato considera insana a atitude do delegado recém-ingresso na instituição e em estágio probatório, ao adotar postura que contraria o Estatuto da Polícia Judiciária Civil, impondo forma de trabalho autoritária, adversa ao diálogo com os policiais daquela unidade e também de um bom gestor”.
A Diretoria da Polícia Judiciária Civil (PJC) dize que soube do episódio extra-oficialmente e determinou à equipe da Corregedoria Geral, que está na região, para ir à cidade apurar eventual transgressão disciplinar.