A família de um menino de 1 anos e 11 meses registrou um boletim de ocorrência após a criança cair de um carrinho em um parque de diversões localizado dentro do Parque de Exposições de Sorriso, a 420 km de Cuiabá, no sábado (12). O pai do menino, Eduardo Martins Lima, afirmou que a administração não prestou ajuda ao filho dele e que não havia socorristas no local.
Uma das proprietárias do local, Tábata Ariadne, relatou à reportagem que a família não deixou que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o Corpo de Bombeiros fossem acionados e que alegou que eles levariam a criança para um hospital particular com carro próprio.
De acordo com o pai, o casal de filhos estava no brinquedo quando o menino, Carlos Eduardo, se desequilibrou e caiu do lado de fora do carrinho, momento em que o brinquedo acabou passando por cima das costas dele.
"A gente gritou e a moça que operava o carrinho parou o brinquedo, mas o carrinho ficou em cima dele. Ficamos com ele no colo procurando socorro e a dona do parque disse que chamar uma ambulância demoraria demais", afirmou.
Segundo o pai, a proprietária teria sugerido a ele que chamassem um táxi, porque uma ambulância demoraria demais. Ao perceber que o filho dava sinais de que iria desmaiar, Eduardo decidiu carregá-lo no colo até a entrada do parque, onde encontrou policiais militares e relatou o que havia acontecido.
"Quando levantei a camisa dele e os PMs viram tudo preso, colocaram a gente na viatura, ligaram a sirene e nos levaram para o pronto atendimento", disse.
No Hospital Regional de Sorriso, o neurocirurgião que atendeu a criança teria dito aos pais que Carlos sofreu uma lesão na coluna e que provavelmente precisaria passar por uma crirugia, sendo necessária a regulação de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica, que não havia disponível no hospital.
"Porém, de tarde a minha esposa me ligou e disse que um segundo exame foi feito e constatou que não havia nada e que meu filho poderia ir para casa", afirmou.
Eduardo reclamou que a proprietária do parque afirmou que iria ao hospital para saber sobre a criança e verificar se os pais precisavam de auxílio, mas não compareceu. Os pais ainda avaliam se irão tomar alguma providência na Justiça contra o parque.
"Da forma como está, a criança fica solta no brinquedo, não tem cinto de segurança, nada. Precisa ter mais segurança, porque isso que aconteceu com o meu filho pode acontecer com qualquer criança que brincar ali", disse.
À reportagem, a empresária Tábata Ariadne afirmou que a funcionária responsável por operar o brinquedo relatou o acidente de forma diferente. Segundo ela, o menino constantemente ficava em pé dentro do brinquedo quando ele estava ligado e girando, estendendo a mão para tocar nas mãos da mãe que, por sua vez, tirava fotos da criança.
"A funcionária parou o brinquedo duas vezes porque as crianças estavam se levantando. A mãe questionou, mas as crianças sentaram e, quando ela ligou o brinquedo de novo, o menino voltou a ficar de pé para bater na palma da mãe com o mão dele, se desequilibrou e caiu", disse.
Ela afirmou que assim que soube do acidente, conversou os pais, que disseram para não acionar o Samu e o Corpo de Bombeiros porque levariam o filho dela para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e que eles preferiam pegar o carro no estacionamento e levar a criança para o hospital.
"Como o movimento [no parque] já havia aumentado, eu dei o meu telefone para eles e pedi para irem para um hospital particular e me ligarem, que assim que pudesse eu ia até lá. Eles não me ligaram e, quando eu liguei, disseram que estavam no [Hospital] Regional, porque achavam que lá o atendimento ia ser mais rápido", afirmou.
De acordo com Tábata, ao comparecer ao hospital na manhã de domingo (13), foi informada que a criança já havia sido levada para o quarto e teria alta, porque tudo havia sido apenas um susto.