O bolo que a menina Kethelly Katrinny, de 1 ano e 11 meses, comeu antes de morrer tinha entorpecentes. A informação foi confirmada pela Polícia Civil do Acre nesta quarta-feira (16).
O laudo com resultados dos materiais coletadosdos adolescentes e da menina saiu na terça (15).
Kethelly morreu no último dia 25 após comer um bolo feito pela mãe, em Manoel Urbano, interior do Acre. A sobremesa seria levada para o pai da menina, que está preso no Presídio de Sena Madureira, cidade vizinha.
O G1 tentou contato com a mãe da criança, mas não obteve retorno até esta publicação.
O perito criminal do Instituto Florense do Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC) , Giulliano Cezarotto, informou que a droga foi identificada em uma massa pastosa encontrado no material estomacal da menina.
Ele disse que recebeu uma pequena amostra de sangue, que foi possível fazer apenas uma análise preliminar.
"No conteúdo estomacal conseguimos identificar inequivocamente a presença do THC, que é o princípio ativo da cannabis sativa, a maconha. Recebemos amostras de urinas e sangue de outras duas vítimas, que, segundo o documento de requisição, são vítimas do mesmo caso, e nessas amostras também identificamos, preliminarmente, a presença de THC e outro canabinol derivado da maconha", explicou o perito.
Cezarotto falou ainda que não foi encontrada a presença da planta no estômago da criança, ou seja, a droga foi triturada e misturara no alimento. Ele disse que não foi possível identificar que tipo de alimento a menina ingeriu com a droga.
"Essa criança não ingeriu a planta, provavelmente, ingeriu um alimento ou bebida aonde foi utilizado extrato ou resina da própria planta. Não é uma certeza se foi ingerido ou fumado, que é a maneira formal de usar a maconha. Da vítima fatal recebemos uma pequena amostra de sangue que só permitiu fazer a identificação preliminar no sangue", complementou.
O Instituto Médico Legal (IML) de Rio Branco coletou sangue, conteúdo gástrico, material do olho e a urina da criança para serem analisados.
O delegado que investiga o caso, Marcos Frank, disse que foi comunicado do resultado nesta manhã.
“Na amostra de sangue e no suco gástrico da Kethelly atestou presença de maconha. Na urina de um dos adolescentes atestou maconha e no outro atestou maconha e cocaína. Acreditamos que sim [que tinha maconha e cocaína]”, explicou Frank.
O diretor do DPTC, Haley Vilas Boas, contou que o próximo passo é encaminhar o laudo do Instituto Florense para o médico legista para que seja definida a causa da morte de Kethely.
"A perícia criminal é todo um processo investigativo. Houve a remoção do cadáver, a coleta dos materiais biológicos e mandado para o Instituto de Análise Florense e ontem [terça,15] saiu o resultado a cerca da conclusão relativo a natureza da substância que a vítima tinha ingerido. Posteriormente, vamos encaminhar o laudo para o IML e o médico legista vai apurar todas as circunstâncias para emitir o juízo final do laudo cadavérico”, ressaltou.