O Hospital Militar, em Cuiabá, suspendeu temporariamente o contrato que mantinha com a empresa "Plástica para Todos" após a morte da paciente Edléia Daniele Ferreira Lira, de 33 anos, submetida a duas cirurgias plásticas na unidade. A informação foi confirmada ao G1 pelo diretor do hospital, coronel PM Kleber Duarte, nesta sexta-feira (18).
Daniele, como era conhecida, morreu no domingo (13), depois de ter sido submetida a cirurgias de lipoescultura e mamoplastia, na sexta-feira (11), pelo custo de R$ 6 mil. A empresa "Plástica para Todos", informou que ainda não se manifestará sobre o assunto.
Com a suspensão do contrato, foram canceladas as cirurgias previamente agendadas para serem realizadas no local pela empresa. Segundo o diretor do contrato, a medida será mantida em vigor até que seja esclarecida a causa da morte e as investigações sobre o caso, encerradas.
"Deixo claro que, para o hospital, não houve erro algum constatado e essa medida pode ser revogada a qualquer momento, após o esclarecimento dos fatos", disse.
De acordo com o Conselho Regional de Medicina (CRM-MT), a empresa "Plástica para Todos", com sede em Minas Gerais, não estava legalizada para atuar no estado, ou seja, não está inscrita na entidade. Contudo, os médicos que atendiam pela clínica estavam aptos a atuarem no estado.
O Hospital Militar informou que alugou o centro cirúrgico para a equipe médica fazer cirurgias e que, mesmo não sendo de responsabilidade da unidade de saúde, foi dada a assistência necessária para a paciente, após complicações. O hospital faz atendimentos de baixa e média complexidade e, por isso, não tem leitos de UTI.
Daniele fez a negociação para os procedimentos pelas redes sociais. Ela pagou R$ 50 para participar do grupo privado no Facebook, onde a ainda divulga uma tabela de preços cobrados pelas cirurgias, que são bem abaixo dos valores normalmente cobrados.
Depois de sofrer parada cardíaca, Daniele teve complicações e foi transferida do Hospital Militar de Cuiabá, onde foram feitos os procedimentos, para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular da capital, onde faleceu após ter uma parada cardíaca.
O CRM informou que uma sindicância foi aberta para apurar a morte de Daniele e já foram solicitados aos envolvidos no procedimentos os documentos necessários para apuração.
O caso também está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que abriu inquérito depois de denúncia da família. Na certidão de óbito, conta que a causa da morte foi choque hemorrágico.