A lei de trânsito para o motorista embriagado que causar acidente com morte ficou mais rigorosa há um mês e, nesse período, dezesseis homicídios culposos foram registrados em Cuiabá e Várzea Grande, região metropolitana da capital, mas nenhum dos suspeitos está preso. Para as famílias e para a polícia, o sentimento é revolta e frustração.
Homicídios culposos no trânsito são assim registrados quando não há intenção de matar. Entre as vítimas do último mês está o universitário Marcos Dourado Herreira, de 29 anos, que morreu após ser atropelado por uma caminhoneteque teria invadido a via preferencial, no dia 6 de maio, em Várzea Grande.
O motorista da caminhonete, Daniel de Deus Pereira, fugiu do local do acidente sem prestar socorro, mas foi preso em flagrante. Segundo a Polícia Civil, ele estava embriagado. Mesmo assim, foi liberado pela Justiça, que alegou superlotação nos presídios.
Outra vítima cuja família espera pela punição mais rígida prevista para o último mês é Angêlo Pedroso de Lima, que morreu dois dias depois de ser atingido por um carro desgovernado e em alta velocidade, próximo a uma casa noturna na capital.
O motorista era Genivaldo Helbert Santana da Silva, que não tem habilitação e se recusou a fazer o teste do bafômetro e os exames de sangue e de urina no Instituto de Medicina Legal. Só pelo exame clínico, não foi possível comprovar se ele estava embriagado
Genivaldo foi liberado logo após prestar depoimento na delegacia, o que causou revolta à família da vítima.
Segundo a Delegacia Especializada em Delitos de Trânsito (Deletran), falta um melhor entendimento sobre a lei e o estado precisa de mais estrutura pra conscientizar os motoristas e combater a violêmcia no trânsito.
Desde o dia 19 de abril, a lei prevê punições mais rígicas para homicídios culposos no trânsito. No caso de homicídio com comprovação de embriaguez, a pena, que era de dois a quatro anos de prisão, passou a ser de cinco a oito anos de prisão, que já pode começar em regime fechado. se a prisão for em flagrante, não cabe a aplicação de fiança.
Segundo a Deletran, até abril, foram registrados 34 acidentes com mortes na capital e 16 em várzea Grande. Já casos de lesão corporal culposa no trânsito são bem maiores no 1º quadrimestre: 621 casos em Cuiabá e 189 ocorrências em Várzea Grande.