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Cuiabano acusado de matar enteado em Portugal é indiciado por homicídio e profanação de cadáver

Data: Terça-feira, 22/05/2018 08:45
Fonte: Olhar Direto
O cuiabano Joaquim Lara Pinto, acusado de assassinar o próprio enteado, Rodrigo Lapa, 15 anos, que foi encontrado morto em 2016, a 100 metros de casa, em Lagoa (Portugal), foi indiciado pelos crimes de homicídio qualificado e profanação de cadáver. O processo agora deve seguir para o Brasil, onde o mato-grossense será julgado. Joaquim se diz inocente e, durante a oitiva feita pela Interpol, se manteve em silêncio.

A informação foi confirmada com exclusividade ao Olhar Direto pelo advogado Pedro Proença, que atua como advogado do pai de Rodrigo Lapa: "O sigilo foi suspenso e o Joaquim indiciado por homicídio qualificado e profanação de cadáver. É um vitória para nós, pelo menos temos alguém indiciado".

O advogado ainda acrescenta que "O Ministério Público Federal (MPF) do Brasil já pediu o envio do processo para aí. Estamos apenas aguardando a ordem do Juiz de Instrução Criminal português para o processo ser enviado".

Pedro Proença considera o fato uma vitória, em uma longa batalha que vem sendo travada: "A perspectiva da investigação ser inconclusiva era terrível. Agora, vamos aguardar o rito processual".

Em setembro de 2017, Joaquim se apresentou na Interpol. Porém, o advogado dele, Raphael Arantes, explicou ao Olhar Direto que ele permaneceu em silêncio durante todo o depoimento: “Foi apresentado um laudo de um médico psiquiatra, que aponta que meu cliente encontra-se impossibilitado de prestar depoimento”.
 
O laudo, que foi protocolado perante ao delegado ontem, aponta que o cuiabano está “sem discernimento”. A defesa ainda ressalta que irá aguardar o andamento processual e lembra que desde o início, Joaquim se apresentou espontaneamente à Polícia Federal: “O único interesse é esclarecer a situação e demonstrar a sua inocência no caso”.

Também à época, um mandado de busca e apreensão chegou a ser cumprido pela Interpol, com a presença de dois investigadores da Polícia Judiciária de Portugual. Atualmente, Joaquim vive em Cuiabá.

O caso
 
O cuiabano Joaquim de Lara Pinto é alvo de investigação da Polícia Judiciária (PJ) de Portugal que apura a morte do enteado dele, Rodrigo Lapa, 15 anos, que foi encontrado morto a 100 metros de casa, em Lagoa, após uma semana de desaparecimento. O mato-grossense já tinha as passagens para o Brasil compradas um mês antes da morte do adolescente. Segundo a imprensa local, ele é apontado como o principal suspeito.
 
De acordo com as informações da imprensa local, o adolescente desapareceu no dia 22 de fevereiro de 2016, mesmo dia em que Joaquim retornou ao Brasil. Rodrigo Lapa foi encontrado com as mãos amarradas e uma corda atada ao pescoço. Segundo a mãe do garoto, Célia Barreto, o cuiabano já havia marcado a viagem há um mês.
 
Exames complementares divulgados pela Polícia Judiciária de Portugal apontam que o jovem Rodrigo Lapa, de 15 anos, foi morto por estrangulamento mecânico, provavelmente pelo braço de seu padrasto, o cuiabano Joaquim Lara Pinto. Depois se contradizer em vários depoimentos e alegar que padrasto e enteado tinham uma boa relação, a mãe do adolescente, Célia Lapa, confessou ter presenciado a agressão sofrida por Rodrigo e ouvido seus gritos no dia do assassinato.
 
Após uma discussão, Joaquim teria se escondido e esperado o adolescente sair do quarto para agarrá-lo pelo pescoço e arrastá-lo para a cozinha da casa onde viviam, mantendo-o imobilizado. De acordo com a imprensa portuguesa, a mulher alegou não ter contado isto à polícia antes por medo de que Joaquim fizesse alguma coisa contra ela ou contra a filha que tem com ele, que na época tinha seis meses. Mesmo assim, a mulher teria mantido contato por telefone com o companheiro após o crime.