O movimento grevista dos caminhoneiros com o bloqueio das rodovias em Mato Grosso é organizado pela categoria por meio de diversos grupos de WhatsApp, segundo explicou um dos representantes do setor e presidente da Associação dos Caminhoneiros de Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá, Edgar Laurini.
Ele explicou que o ato não tem apenas uma pessoa ou entidade como líder, mas que todos acompanham o posicionamento da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) para definir os rumos do movimento.
"Tem grupos de cada região e eles vão conversando, definindo os pontos de bloqueio. É uma categoria que está bem unida e muito organizada, realmente mobilizada", disse
Segundo Laurini, o apoio de outros setores à greve dos caminhoneiros também tem auxiliado na amplicação do movimento no estado, como é o caso dos produtores rurais, motoristas da Uber, taxistas e mototaxistas, que fizeram atos em municípios do estado.
"Em locais onde não há caminhoneiros, por exemplo, a gente conta com o apoio de outras categorias para fazer os bloqueios. Toda a população é afetada com essas políticas do governo federal e sabe disso", afirmou.
O movimento dos caminhoneiros teve início na segunda-feira (21), com o bloqueio de rodovias federais e estaduais, o que tem resultado, em Mato Grosso, em desabastecimento de postos de combustível, centros de distribuição de alimentos e falta de insumos em unidades de saúde.
Segundo Laurini, a redução de 10% no preço do diesel nas refinarias durante 15 dias, anunciada pela Petrobras na quarta-feira (23), não é medida suficiente para que os caminhoneiros aceitem dar um fim ao movimento grevista.
Isso porque, além a categoria quer que uma medida permanente seja anunciada pelo governo quanto ao preço do diesel, bem como que seja extinta a cobrança de pedágio para o eixo erguido e a aprovação do Projeto de Lei 528/2015, que estabelece um valor mínimo a ser pago pelo frete.