De hoje não passa. O diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso (Sindipetróleo), Nelson Soares Junior, explicou que com a sequência da greve dos caminhoneiros, que entrou no seu quinto dia, Cuiabá pode ficar sem combustível até o fim da manhã desta sexta-feira (25). Diversos postos estão fechados pela falta do produto.
“Continua tudo como ontem (24), não tivemos desbloqueios. A situação dos postos é cada vez mais crítica e não tem reposição. Agora vamos esperar e ver o que o governo faz. Porque já se posicionou de uma forma bastante equivocada. Anunciou que tinha acabado o movimento e não terminou”, comentou ao Olhar Agro & Negócios o diretor do Sindipetróleo.
Nelson ainda acrescentou que “se sair na cidade vai ver que tem vários postos fechados. Os que têm, irão acabar logo. Não temos produto chegando. O que estava sendo usado foi o que conseguimos retirar das distribuidoras. Sabemos que as consequências deste movimento tem impacto bastante significativo. Porém, é um movimento que está tentando resgatar uma situação que vai trazer um benefício para toda a população”.
O Posto Ipiranga, localizado na avenida Senador Metelo, não foi aberto nesta sexta-feira por falta de combustível. Na avenida República do Líbano, próximo da Rodoviária de Cuiabá, também há estabelecimentos fechados. Em muitos deles, apenas a conveniência funciona.
“No nosso entendimento, temos apoiado o movimento e percebido que a grande maioria da população tem dado apoio. Não se consegue mais conviver com esta carga tributária. Tem um espectro maior que apenas o preço do combustível. Está trazendo a voz da cidade. Não vemos o governo preocupado em parar de gastar ou em melhorar a qualidade do serviço”, completou o diretor.
O executivo ainda comentou que os postos irão vender até a última gota de combustível, para tentar evitar ao máximo que a população seja prejudicada. “O que temos orientado é para não encher o tanque e não ter aumento, preço abusivo. Não temos tido notícia aqui de abusos neste sentido. Agora temos que aguardar, é um movimento nacional”, finalizou.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas no Estado de Mato Grosso (Sindmat), Eleus Vieira de Amorim, confirmou que os caminhoneiros continuam mobilizados: “Não aceitaram esta proposta que veio lá de Brasília (DF)”. Na última quinta-feira, vários deles ‘invadiram’ Cuiabá e foram até a frente do Palácio Paiaguás.
Vale lembrar que o transporte coletivo de Cuiabá foi um dos afetados pela crise. A frota foi reduzida em 50% na tarde de ontem e assim deverá continuar até a chegada de combustível. Caso isto não aconteça até esta sexta-feira, o serviço pode não funcionar na segunda-feira (28), o que causaria um imenso impacto na capital mato-grossense.
A mobilização foi proposta pela Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) e iniciou na manhã desta segunda-feira (21). Em razão dos pesados impostos e do baixo valor dos fretes, a categoria afirma que enfrenta uma grave crise e articula ações em todo o país para evidenciar o descontentamento com a atual política econômica. A PRF mantêm o diálogo com os caminhoneiros.