No quinto dia do protesto dos caminhoneiros, e com escassez de combustível em vários postos de Cuiabá, a capital poderá ser impactada com a falta de insumos para o tratamento de água. Sem um acordo com o Governo Federal, os motoristas prometem manter uma série de bloqueios por tempo indeterminado. Só em Mato Grosso, na manhã desta sexta-feira, 25, um total de 26 trechos permanecem fechados.
A concessionária Águas Cuiabá informou que só possui estoque de insumos suficientes para mais dez dias.
Conforme a concessionária, em razão dos efeitos da paralisação dos caminhoneiros, serão priorizados atendimentos emergenciais, ficando suspensos pequenos reparos no sistema de abastecimento.
A orientação é que a população economize água, pois a situações pode se agravar caso o bloqueio perdure.
A paralisação e consequências
Nos pontos de concentração continuam com trânsito livre os ônibus, automóveis, motos, cargas vivas e perecíveis. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) tem feito escolta dos veículos que necessitem transpor os bloqueios.
Vale lembrar que o transporte coletivo de Cuiabá foi um dos afetados pela crise. A frota foi reduzida em 50% na tarde de ontem e assim deverá continuar até a chegada de combustível. Caso isto não aconteça até esta sexta-feira, o serviço pode não funcionar na segunda-feira (28), o que causaria um imenso impacto na capital mato-grossense.
Conforme noticiado, a paralisação também deve prejudicar o aeroporto Marechal Cândido Rondon, em Várzea Grande. De acordo com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), o estoque de combustível dura até a próxima terça-feira (29). A orientação é que os passageiros procurem as companhias aéreas para obter mais informações.
Na última quinta-feira, alguns donos de postos da Grande Cuiabá informaram ao Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso (Sindipetróleo) que o estoque de combustível poderia se esgotar ainda ontem. Em pelo menos cinco cidades do interior do Estado, já há falta de produtos.
O Sindicato das Indústrias de Frigoríficos do Estado de Mato Grosso (Sindifrigo/MT) também informou que 29 frigoríficos de bovinos, em Mato Grosso, devem parar de funcionar na próxima sexta-feira (25). No total, 23 mil trabalhadores devem ficar impedidos de exercer suas funções.
Os caminhoneiros estão passando dia e noite nos pontos de bloqueio. A comida e água que recebem, são de doações. Além disto, acrescentaram que só pretendem desmobilizar o movimento quando o problema for resolvido.
Em razão da greve dos caminhoneiros que paralisaram o transporte e o consequente bloqueio nas bases de distribuição, o abastecimento nos postos está comprometido. Com a falta de produto em alguns estabelecimentos, os usuários passam a procurar outros. Além disto, o medo de que acabe o combustível também aumenta a demanda, o que pode esgotar todas as reservas dos postos.
A mobilização foi proposta pela Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) e iniciou na manhã desta segunda-feira (21). Em razão dos pesados impostos e do baixo valor dos fretes, a categoria afirma que enfrenta uma grave crise e articula ações em todo o país para evidenciar o descontentamento com a atual política econômica. A PRF mantêm o diálogo com os caminhoneiros.