Depois de um período de afastamento necessário para a adaptação dos bebês, as famílias dos dois meninos se reuniram para comemorar o primeiro aniversário das crianças.

De acordo com o pai biológico de Felipe, Afonso Souza Viera, de 30 anos, o momento foi importante para que as famílias pudessem comemorar após um momento muito difícil, com a descoberta de que não eram pais dos filhos que criavam.

“Passamos por um período difícil de separação dos nossos filhos, a adaptação não está sendo fácil, mas, no dia da festa, foi um momento de alívio e alegria para todos nós”, disse.

Segundo ele, os meninos se divertiram muito na festa, que foi realizada na casa da mãe de Francielli Garcia, que é mãe biológica de Eduardo.

“Todos nós ficamos muitos felizes em estarmos juntos”, afirmou ele.

Depois da destroca, essa é a terceira vez que as famílias se reencontraram.

“Agora, os bebês já não choram tanto pelas mães, estão menos apegados”, relatou.

Os meninos foram trocados após o parto, em Alta Floresta. De acordo com Francielli, já em casa, ao dar o primeiro banho no bebê, percebeu que na pulseira, no local reservado ao nome dela, estava o de outra mulher.

Ela chegou a ligar no hospital, mas informaram que a hipótese de troca era impossível.

Meses depois, as mães e os bebês se encontraram em uma visita de rotina a uma unidade de saúde para vacinação.

Francielli diz que assim que viu a criança, percebeu a semelhança do bebê com a família dela.

Ela procurou a outra mãe, Erivânia da Silva Santos, de 24 anos, e confirmou que o nome da mulher com quem ela conversava era o mesmo que tinha visto na pulseira do hospital durante o primeiro banho.

As mães trocaram contatos e passaram a se encontrar e visitar uma a outra.

Desconfiada de que não fosse mãe biológica de Felipe, Francielli fez um exame de DNA por conta própria e o resultado comprovou a suspeita de que o bebê não era dela. Ela procurou a família e o caso foi decidido na Justiça.

Com intermédio da Justiça, as famílias fizeram exames de DNA que comprovaram a troca dos meninos.

Depois da comprovação, a Justiça estabeleceu que as crianças fossem destrocadas. No entanto, os procedimentos aconteceriam em um acordo mútuo entre os pais. Eles decidiriam de que forma e quando os bebês voltariam para as casas da família biológica.

Os pais optaram por destrocar imediatamente, porém, estabeleceram um tempo de distanciamento, até que as crianças conseguissem reconhecer as mães.

“Foi muito dolorido para nós, ainda está sendo. Somos muito apegados ao Eduardo”, disse Afonso.

Segundo Afonso, a família está tendo acompanhamento psicológico para conseguir lidar com a situação.

“Até hoje eu evito ver fotos dele, porque sinto muita saudade”, desabafou.