A paralisação dos caminhoneiros desativou 129 unidades processadoras de carnes bovina, suína e de aves no Brasil e a previsão é de que até 90% da produção de proteína animal seja interrompida, caso a situação nas estradas não se normalize. A informação é da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) e da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ainda de acordo com as entidades representativas, o país já deixou de exportar o equivalente a US$ 60 milhões, ou, 25 mil toneladas.
O Brasil é o maior fornecedor mundial de carne de frango, segundo em carne bovina e também um dos maiores exportadores de carne suína. Só de carne de boi, o país embarca normalmente 1.200 contêineres por dia, o que não vem ocorrendo. A paralisação começou na segunda-feira (21/5). Os bloqueios nas rodovias impedem o fluxo de insumos necessários à produção e impossibilitam o escoamento de alimentos para os centros de consumo.
“Os estabelecimentos menores e de cidades pequenas ou regiões metropolitanas – que mantém um ciclo de entrega de produtos a cada dois dias – já estão com o abastecimento comprometido. Essa dificuldade pode atingir os grandes centros nos próximos dias”, alertam as associações.
A ABIEC e a ABPA destacam ainda que mais de 85 mil funcionários de indústrias e cooperativas estão com trabalhos suspensos, reiteram direito da categoria de reivindicar seus direitos, desde que a haja manutenção do transporte de alimentos para a população. “As consequências já ganharam contornos graves e o setor produtivo entende que é necessário que sejam tomadas as devidas medidas por parte dos governantes para que a situação seja sanada o quanto antes.”