As cargas de combustível e de gás de cozinha estão passando pelos bloqueios dos caminhoneiros em Mato Grosso, sob escolta da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Exército. As forças de segurança do estado também atuam nesse trabalho quando são reivindicadas pelos motoristas.
Com isso, alguns postos estão conseguindo cargas de combustível, mas, segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Mato Grosso (Sindipetróleo), o abastecimento regular não foi retomado no estado.
Caminhoneiros bloqueio pelo 9º dia pelo menos 30 trechos nas rodovias federais e estaduais de Mato Grosso, nesta terça-feira.
No entanto, nem todas as cargas estão passando, já que, segundo a PRF, os motoristas de alguns veículos aderiram ao movimento dos caminhoneiros e não solicitam apoio da polícia para cruzarem os pontos de bloqueio.
Quando a quantidade de caminhões é muito grande os manifestantes demonstram resistência, de acordo com PRF, como aconteceu no final da tarde dessa segunda-feira (28), na BR-364, em Cuiabá, quando a polícia teve de escoltar um comboio de caminhões-tanque que tinha descarregado em Mato Grosso e seguia para Paulínia, no interior de São Paulo.
Os manifestantes estão liberando desde o início da manifestação, na segunda-feira (21), veículos com cargas animais vivos, produtos perecíveis e hospitalares, além de ambulâncias, ônibus, carros de passeio e motocicletas. Os veículos de carga ficaram parados nos bloqueios.
Aos poucos, os postos de combustível estão sendo abastecidos, mas em algumas locais, inclusive na região metropolitana de Cuiabá, ainda tem filas e racionamento de abastecimento em alguns estabelecimentos. Ainda há vários postos fechados por falta combustível para a comercialização.
Em Primavera do Leste, a 239 km de Cuiabá, por exemplo, o único posto que recebeu combustível na tarde de segunda-feira está restringindo o abastecumento. Apenas veículos em situação considerada emergencial, como os de órgãos públicos que prestam considerados essenciais, estão abastecendo.
E, em Sorriso, a 420 km de Cuiabá, tem filas nos postos que têm combustível.
O Sindipetróleo informou que não tem o levantamento de quantos postos têm combustível no estado. As cargas que conseguem chegar até os estabelecimentos são distribuídas no comércio aleatoriamente, dificultando o monitoramento, além do que com a demanda o combustível acaba com rapidez.
A maioria da gasolina e óleo diesel que atende a demanda do estado sai de Paulínia. As cargas são entregues nas bases de distribuição localizadas em Cuiabá, Rondonópolis, a 218 km da capital, e Sinop, a 503 km de Cuiabá.
Já o etanol sai das usinas de Mato Grosso, mas obrigatoriamente passam pelas distribuidoras que ficam nesses três municípios.
O protesto também continua mesmo depois do anúncio do presidente da República, Michel Temer, que fixou novas medidas para a redução no valor do diesel, em mais uma tentativa de pôr fim à paralisação dos caminhoneiros.
O governo de Mato Grosso anunciou nesta segunda-feira (28), depois de muita negociação, a redução em R$ 0,17 no litro do diesel no estado, para atender as reivindicações de alguns setores, que apoiam a paralisação dos caminhoneiros.
O empresário Gilson Baitaca, representante dos Transportadores de Cargas Mato Grosso, afirmou que o setor concordou com as medidas anunciadas pelo presidente.
No entanto, segundo o representante da categoria, os caminhoneiros têm o direito de protestar.