O carro da médica dermatologista Letícia Bortolini, de 37 anos, que é suspeita de ter atropelado e matado um vendedor ambulante em abril deste ano, na Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá, estava a 30 km/h no momento em que atropelou a vítima. O número diz respeito à velocidade de dano.
A informação consta no laudo da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), divulgado nessa terça-feira (5).
Letícia dirigia o carro na companhia do marido, que também é médico, quando atropelou Francisco Lúcio Maia, de 48 anos. Francisco empurrava um carrinho de verdura para o canteiro da avenida quando foi atingido pelo automóvel. Ele não estava na faixa de pedestre.
Letícia e o marido não prestaram socorro e fugiram do local. Ela foi detida momentos depois em um condomínio porque uma testemunha seguiu o carro do casal.
Atualmente ela responde pelo crime em liberdade.
De acordo com a Politec, o laudo aponta que o carro da médica, um Jeep Compass, estaria em velocidade estimada de cerca de 30 km/h.
“A escassez ou a insuficiência de vestígios, a evasão do veículo, a ausência de reação (frenagem) e a manobra evasiva (desvios) vieram a dificultar a estimativa ou cálculo de velocidade no momento da colisão”, pontuou a Politec no documento.
O mesmo laudo também concluiu que Francisco foi atropelado quando estava a menos de um metro de concluir a travessia da via, e que teve o corpo arremessado a 2,73 metros de distância do local do acidente.
O delegado Christian Cabral, da Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (Deletran), que é responsável pela investigação, disse que a velocidade efetiva do veículo será apurada.
“Ela [a médica] não estava embriagada. Mas entendemos que a velocidade era muito acima dos 30 a 40 km/h do que está apontado no laudo”, afirmou o delegado.Ainda, o exame realizado em amostras de sangue coletas de Francisco apontou que ele estava com concentração de 25,54 dg/L de álcool no sangue, que seja, 4 vezes acima do limite máximo permitido pela lei para uma pessoa que está dirigindo, que é de 6 dg/L. No caso, Francisco estava a pé e empurrava um carrinho.
“O laudo aponta que a vítima também teve culpa por estar embriagada e ter atravessado fora da faixa de pedestre”, comentou Cabral.
A Deletran ainda não concluiu o inquérito. A investigação espera a conclusão de um laudo sobre as imagens das câmeras de segurança da avenida.