Quase dois meses após ter sido deflagrada, chega ao fim nesta quinta-feira (09) uma das greves mais polêmicas da história do Detran de Mato Grosso. Marcada por acusações entre sindicato e Governo, e por um episódio que culminou na prisão de três servidores, o movimento grevista perdeu a força depois que o Tribunal de Justiça (TJ) autorizou o que o Governo do Estado corte ponto dos servidores do órgão e fixou multa diária no valor de R$ 50 mil.
“Nós decidimos pelo retorno das atividades a partir de amanhã. Essa decisão foi resultado por parte de um atendimento do governador em exercício, Carlos Fávaro, na última terça-feira, em que o Governo assumiu o compromisso com o sindicato em conceder o reajusta salarial da categoria no ano de 2019”, declarou a presidente do Sindicato dos Servidores do Departamento Estadual de Trânsito do Estado de Mato Grosso (Sinetran-MT), Daiane Renner.
A greve começou no dia 11 de setembro, mas de acordo com Renner as negociações já se estendiam há mais de oito meses. No último dia 25, representantes do Sinetran chegaram a se reunir com o Governo, no entanto, o Estado não apresentou nenhuma proposta e os trabalhadores decidiram continuar com o movimento de greve.
Na semana passada, a pedido do governador Pedro Taques (PSDB), o TJ autorizou o corte do ponto dos servidores e fixou uma multa diária no valor de R$ 50 mil caso a greve continuasse. Todavia, o Sindicato decidiu continuar com o movimento grevista.
“A PEC [do Teto de Gastos] proibia a revisão da nossa tabela salarial pelos próximos dez anos, então foi esse impedimento que nós conseguimos retirar, em relação ao compromisso que foi firmado com o Governo”, explicou Renner. Conforme a presidente do Sinetran, todos os serviços devem ser normalizados a partir das 12h desta sexta-feira.