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Localizado em área residencial, entorno da Arena Pantanal é usado para lazer, exercícios e comércio

Quem mora na região reconhece as melhorias na segurança e aponta a valorização dos imóveis. Estádio sediou quatro jogos da Copa do Mundo de 2014.

Data: Sexta-feira, 08/06/2018 09:33
Fonte: G1 MT

Quase quatro anos se passaram desde que Cuiabá recebeu os jogos da Copa do Mundo de 2014. Após os jogos, o espaço do entorno da Arena Pantanal, é aproveitado para atividades de lazer, exercícios físicos e comércio. Palco de quatro partidas do Mundial, o estádio foi projetado e construído na capital mato-grossense para receber as partidas.

O entorno do estádio é majoritariamente residencial e quem mora na região reconhece as melhorias na segurança e a valorização do imóvel.

O motorista Rodrigo Cândido mora em frente à Arena e acompanhou todo o processo de construção da estrutura e os transtornos causados pelas obras.

"Estou aqui desde que as obras causaram toda a confusão com trânsito e tudo mais. O bom é que, segundo as autoridades, essa região ficou mais valorizada. E, com isso, a segurança melhorou porque agora tem um monte de gente visitando aqui", disse.

Ao entardecer, do outro lado da rua, o microempreendedor Márcio da Silva começa a montar a barraca de cachorro-quente para mais um dia de trabalho. Ele passou a trabalhar no ponto em frente à Arena Pantanal em 2015, ainda atraído pelo movimento trazido pela Copa do Mundo.

 

“Tinha um movimento muito bom de gente por aqui. Hoje, tem sempre alguém fazendo caminhada, famílias e adolescentes, mas a movimentação nunca mais foi a mesma”, contou.

 

O aposentado Sebastião Gonçalves também reclama do movimento. Ele vende água, refrigerante e cerveja dentro de um isopor na região desde antes da construção do estádio.

 

“Aqui já esteve muito mais movimentado. Hoje quase não vende, nem descarrego tudo”, contou. Para tentar atrair a clientela, além das bebidas, passou a oferecer doses de cachaça.

 

Samuel Ferreira, que trabalha em uma assessoria jurídica, é patinador e sempre frequenta o entorno da arena. Para ele, o local foi um "divisor de águas" para a prática do esporte.

 

“Nessa questão do esporte, a arena é um ponto muito positivo. A movimentação de patinadores aqui é muito grande. Se não fosse a arena estaríamos em outro lugar menos propício”, afirmou.

 

Um amigo de Samuel é quem aluga os equipamentos para os moradores que se arriscam nas manobras. O aluguel dos patins, por exemplo, custa R$ 10 a hora.

O empreendedor investiu cerca de R$ 30 mil para comprar, além dos patins, bicicletas, hoverboards e equipamentos de proteção.

A dona de casa Conceição Pereira não se arrisca com os equipamentos e prefere caminhar no entorno do estádio.

Segundo ela, a prática de exercícios físicos começou após a construção da Arena Pantanal. "Antes, não tinha onde a gente sair do sedentarismo, agora tem", brincou.

Conceição, Rodrigo, Márcio e Sebastião, entretanto, não veem a obra do estádio como um "legado da Copa" e acreditam que os valores usados na construção poderiam ter sido mais bem aproveitados.

Valores da Arena Pantanal

 

A Arena já custou mais de R$ 500 milhões ao governo e segue sem prazo de conclusão. Além dos jogos da Copa, o estádio é palco de uma série de partidas de futebol americano, do Campeonato Mato-grossense de Futebol e de eventos artísticos e culturais diversos.

Quando o estádio começou a ser construído, em maio de 2010, o custo inicial da obra era de R$ 395 milhões.

A Arena, que hoje é usada como sede de dois setores da Secretaria Estadual de Cidades (Secid) e da Escola Estadual Governador José Fragelli, possui três contratos de serviços, dos quais apenas um – referente aos assentos e mobiliário – foi concluído.

O serviço prestado passa por testes de verificação de qualidade e o contrato, orçado em R$ 18,2 milhões, está sendo analisado pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE) para possível acordo judicial com a empresa.

Já o contrato das obras civis, estimado em R$ 453,2 milhões e que envolve a construção da estrutura, está 98,4% executado. O contrato, porém, encontra-se judicializado e ainda não foi acordado com a empresa responsável quando serão executados os serviços necessários e quando a obra será entregue. O estádio tem capacidade para 44 mil torcedores.

O contrato firmado para a execução dos serviços de Tecnologia, Informação e Comunicação (TIC) da Arena Pantanal também anda a passos lentos.

Orçado em R$ 110,8 milhões e com 92,1% dos serviços concluídos, o contrato é analisado pela PGE e pela Controladoria-Geral do Estado (CGE) e discutido pelo governo com o consórcio responsável a fim de garantir o retorno do funcionamento do telão, das catracas e do som do estádio.