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Índia recém-nascida enterrada viva trata infecção e respira sem ajuda de aparelhos em MT, diz hospital

Polícia estima que menina ficou enterrada em cova por seis horas. Bisavó está presa e disse à polícia que enterrou a menina porque achou que a criança estivesse morta.

Data: Sexta-feira, 08/06/2018 09:35
Fonte: G1 MT

A índia recém-nascida – que foi resgatada depois de ser enterrada viva pela família indígena dela em Canarana, a 838 km de Cuiabá – já respira sem a ajuda de aparelhos. A criança está internada desde quarta-feira (6) em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá.

A menina sobreviveu após ficar seis horas enterrada e foi resgatada por policiais, que registraram o resgate em vídeo (veja logo abaixo)A bisavó da menina, que está presa, disse à polícia que achou que a criança estivesse morta e que, por isso, a enterrou.

Em nota divulgada à imprensa, o hospital disse que a menina tem um quadro de saúde estável, porém, ainda é considerado grave.

 

“A recém-nascida apresentou hemorragia gastrointestinal já controlada e anoxia grave devido ao tempo em que esteve soterrada e no momento respira sem a ajuda de aparelhos”, disse a Santa Casa.

 

A menina tem 2,4 kg e 47 centímetros. Ainda segundo a Santa Casa, a recém-nascida passa por um tratamento de infecção e a equipe pediátrica descartou qualquer tipo de cirurgia.

Parto

 

A mãe da criança, de 15 anos, sentiu contrações e deu à luz no banheiro da casa. O bebê teria batido a cabeça no chão e não teve reação após o nascimento, segundo a família.

A história foi descoberta após uma denúncia anônima feita na Polícia Militar. A mãe da adolescente e a mãe do bebê foram ouvidas na delegacia e liberadas.

Prisão da bisavó e investigação

 

A Polícia Civil estima que a criança ficou enterrada por seis horas – entre as 14h e 20h de terça-feira em uma cova de 50 centímetros de profundidade.

A bisavó, Kutsamin Kamayura, de 57 anos, foi ouvida e alegou que a criança não chorou e, por isso, acreditou que estivesse morta.

Seguindo o costume da comunidade indígena, ela enterrou o corpo no quintal, sem comunicar os órgãos oficiais.

Na decisão, o juiz Darwin de Souza Pontes, da 1ª Vara de Canarana, a ordem pública como motivo para determinar a prisão preventiva de Kutsamin. Ela deve responder por tentativa de homicídio.

Ela foi encaminhada para a cadeia pública de Nova Xavantina, a 651 km de Cuiabá.