A índia recém-nascida – que foi resgatada depois de ser enterrada viva pela família indígena dela em Canarana, a 838 km de Cuiabá – já respira sem a ajuda de aparelhos. A criança está internada desde quarta-feira (6) em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá.
A menina sobreviveu após ficar seis horas enterrada e foi resgatada por policiais, que registraram o resgate em vídeo (veja logo abaixo). A bisavó da menina, que está presa, disse à polícia que achou que a criança estivesse morta e que, por isso, a enterrou.
Em nota divulgada à imprensa, o hospital disse que a menina tem um quadro de saúde estável, porém, ainda é considerado grave.
“A recém-nascida apresentou hemorragia gastrointestinal já controlada e anoxia grave devido ao tempo em que esteve soterrada e no momento respira sem a ajuda de aparelhos”, disse a Santa Casa.
A menina tem 2,4 kg e 47 centímetros. Ainda segundo a Santa Casa, a recém-nascida passa por um tratamento de infecção e a equipe pediátrica descartou qualquer tipo de cirurgia.
A mãe da criança, de 15 anos, sentiu contrações e deu à luz no banheiro da casa. O bebê teria batido a cabeça no chão e não teve reação após o nascimento, segundo a família.
A história foi descoberta após uma denúncia anônima feita na Polícia Militar. A mãe da adolescente e a mãe do bebê foram ouvidas na delegacia e liberadas.
A Polícia Civil estima que a criança ficou enterrada por seis horas – entre as 14h e 20h de terça-feira em uma cova de 50 centímetros de profundidade.
A bisavó, Kutsamin Kamayura, de 57 anos, foi ouvida e alegou que a criança não chorou e, por isso, acreditou que estivesse morta.
Seguindo o costume da comunidade indígena, ela enterrou o corpo no quintal, sem comunicar os órgãos oficiais.
Na decisão, o juiz Darwin de Souza Pontes, da 1ª Vara de Canarana, a ordem pública como motivo para determinar a prisão preventiva de Kutsamin. Ela deve responder por tentativa de homicídio.
Ela foi encaminhada para a cadeia pública de Nova Xavantina, a 651 km de Cuiabá.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Deuel Paixão de Santana, o suposto envolvimento da mãe e da avó da índia recém-nascida será apurado pela Polícia Civil de Mato Grosso.